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segunda-feira, dezembro 27, 2010

A não ser que...

Há ocasiões em que o trabalho, pouco que seja, me esgota. Lembro-me de outras em que o trabalho se esgotava sem que lhe sentisse o peso. Não é, sei-o bem, apenas uma questão de esforço. É, muito mais, um problema de motivação, de crença que valha a pena enfrentar o dia seguinte, estado de espírito que me escapa nesta altura e de que não estou certo de ser capaz de libertar-me. A não ser... A não ser que...
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José Cadima

terça-feira, dezembro 14, 2010

Relaxar relaxa-me

Relaxar faz-me bem
Relaxar é o que me falta
Relaxo quando Tlim-Tlão faço
Relaxo quando para ti olho
A linha do horizonte relaxa-me
A humanidade raramente o consegue
Quando é que o ser humano
vai aprender a relaxar?
Quero que me deixem relaxar
Quero ficar a olhar eternamente para ti
Quero fazer Tlim-Tlão tal como uma criança

C.P.

quinta-feira, dezembro 09, 2010

A tua sensibilidade

A tua sensibilidade
causa-me perplexidade.
Como pode alguém
ser, no mesmo passo, forte e sensível?
O passado persegue-te,
torna-te vulnerável.
Tento ajudar-te,
ajudar-te a renascer
das cinzas que povoaram os teus últimos 20 anos.
Entretanto, vou dizer ao mundo que te amo.
Posso, finalmente, dizer ao mundo que te amo...

C.P.

quarta-feira, dezembro 08, 2010

A chama que me chama

A chama chama-me.
Ela és tu,
uma chama triste
que eu quero alegrar,
sentir por entre os meus braços,
dando-me conforto,
dando-me serenidade.
Continuarei a tentar alegrar essa chama
pois ela ajuda-me a percorrer a vida,
ajuda-me a saber quem sou.

C.P.

sexta-feira, novembro 26, 2010

Esta descrença que me trespassa

Questiono-me sobre como aqui cheguei.
Interrogo-me sobre para onde vou.
Retenho o caminho agitado que trilhei
quase sempre navegando por intuição.
Se sonhei?
Se sorri?
É óbvio que sorri.
É certo que fortuitamente me deixei transportar
nas asas do sonho.
Como podia ser de outro modo?
Como se pode percorrer caminho
vazio de esperança?
Como seguir trilho certo
suportado em tão poucas ajudas à navegação?
O meu devir?
Será bastante a esperança
de que o sonho será o limite?
Interrogo-me, volto a interrogar-me,
corro em direcção ao certo
que me resulta incerto.
Busco ansiosamente a tranquilidade
que não encontro em mim
e que quero crer que sejas tu.
Seguro parece-me ser só este desespero,
esta descrença que me trespassa
e me tolhe.

José Cadima

quinta-feira, novembro 25, 2010

quarta-feira, novembro 24, 2010

terça-feira, novembro 16, 2010

Dizer-te

Ó mar salgado,
não imaginas as saudades que sinto de ti.
São tantas que parece que partistes há muito, muito tempo.
Amor da minha vida,
desde este lugar remoto,
deixa-me dizer-te quanto te quero,
quanta falta me fazes, quanto és única.
Deixa-me dizer-to vezes sem fim.
Para sempre, meu amor,
liberta-te desses mostrengos que te atormentam,
e, libertando-te deles, liberta-me também.
Não sou, não posso ser
a razão dos teus problemas.
Se servir para ajudar a resolver algum, fico contente.
Acrescentar problemas, é coisa que recuso.
Antes, quero ser o lugar onde te perdes, o teu ponto de encontro.
Amor meu,
deixa-me dizer-te quanto te amo,
deixa-me dizer-te quanto és única,
quanto me és preciosa, quanto falta me fazes, para sempre.
Meu amor, liberta-te desses mostrengos,
liberta-me, para sempre!

K

domingo, novembro 14, 2010

Sou assim

Sou assim, cheio de falhas.
Sou assim, cheio de vontade de abraçar o mundo.
Sou assim, carente de paz,
ansioso por desfrutar de uma vida que me foge.
Sou assim, pleno de saudade
de todas aquelas coisas que me fazem sentir bem,
que me chamam para si
e que, quando as alcanço,
logo concluo que não era delas a saudade que sentia
mas de outras coisas
que elas me fazem/faziam lembrar.
Sou assim, tão forte
quanto a fragilidade
com que fui tecendo uma vida.
Sou assim, pleno de forças
que se alimentam das muitas falhas
com que tive que tecer um percurso
construído de vontade,
de suor, de desespero, de alegrias;
muito poucas, se olhadas à luz
de ânsia que sempre tive das alcançar.
Sou assim!

José Cadima

quarta-feira, novembro 03, 2010

Falta-me tempo para mim

Falta-me tempo para mim (que gostaria de partilhar contigo) e sobra-me tempo usado a responder a prioridades alheias ou, nalgumas situações, a coisa nenhuma.

José Cadima

segunda-feira, setembro 27, 2010

Jonkoping: pássaro
















Acordo e penso em ti, pássaro de fogo.
Acordo e penso em nós, aves negras.
Acordo e imagino-me bater asas e partir ao teu encontro, pássaro amarelo, azul, de todas as cores.

K

segunda-feira, setembro 20, 2010

Frases soltas, pensamentos soltos

Há ocasiões em que preciso estar só, para pensar, para ganhar ânimo, para me encontrar. Sobretudo, há ocasiões em que não quero que outros pensem que é a sua presença ou alguma coisa que fizeram ou disseram que me deixou com um estado de espírito que não entendem. Isso é o que me incomoda mais.

José Cadima

sábado, setembro 18, 2010

Um homem “de tantas faces, polemista por natureza e ofício [...]"

«Não sei a data certa em que trocámos as primeiras mensagens postais; não tenho rigorosamente presente em que anos esteve em Braga em fugazes visitas de trabalho, no quadro de um projecto de pós-doutoramento; sei que morreu em Junho de 2003, aos 56 anos de idade, “na plenitude da sua maturidade intelectual”, como escreveram os amigos que lhe organizaram um livro de homenagem póstuma, reunindo o essencial da sua obra escrita, “acabado” de vir a público, e que um amigo comum teve a gentileza de me fazer chegar há poucos dias. Falo de Dinizar Becker, um homem “de tantas faces, polemista por natureza e ofício, indignado, produtivo e combativo … neste momento de agudização de uma crise mundial, que provoca perplexidades sem respostas, sobre a qual Dinizar teria muito a dizer” [Desenvolvimento Contemporâneo e seus (Des)caminhos: a contribuição da obra de Dinizar Becker, Agostini, Bandeira e Dallabrida (Org.), UNIVATES, 2009, Lajeado, Brasil, p.25]. Em boa hora o fizeram. Estou-lhes grato pela homenagem que por essa via lhe prestaram em nome dos muitos amigos que teve em vida, entre os quais julgo poder incluir-me.»
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J. Cadima Ribeiro

segunda-feira, agosto 23, 2010

Longe e perto

Longe, outra vez,
fico mais perto de mim,
e com mais espaço para deixar fluir o pensamento.
Longe e perto, outra vez.
Que bom é partir!
Que bom é regressar!

Noutros tempos, partir era certeza
de evasão do quotidiano,
ânsia de chegar,
onde a sensação de diferente, de novo,
me permitia alcançar a serenidade
que o dia-a-dia me roubava.
Hoje, perdi essa capacidade de abstracção
e, talvez, a vontade de começar de novo.
Nos tempos que correm, encontro-me a espaços,
ausento-me esparsamente,
e sorrio mais episodicamente, ainda.

Talvez o sorriso que me reste sejas tu.
Talvez sejas tu a razão que me ficou para regressar
e, porventura, também para partir,
fazendo da viagem um ponto de encontro.
Longe e perto, outra vez.


José Cadima

segunda-feira, agosto 09, 2010

Já valeu a pena!

Fecho os olhos
e, mentalmente, procuro os teus.
Fazem-me falta os teus olhos.
Faz-me falta sentir-te por perto.
Valeu a pena,
já valeu a pena
atravessar esse deserto
que se entrepunha entre nós.
É bom sentir esse teu olhar,
mesmo interrogativo, algumas vezes,
mesmo inseguro, outras tantas,
reconfortante, quase sempre.
Já valeu a pena
ousar questionar certezas incertas.
Já valeu a pena
deixar que me resgatasses à minha tristeza,
à minha segurança de muitos dias sombrios.
Já valeu a pena
cobrir-te de beijos,
ainda que só em vontade,
ainda que só em delírio mental.
Sentir-me amado faz diferença.
A vida assim vale a pena.
Fecho os olhos
e tento perceber-te para além das minhas lucubrações mentais.
Procuro imaginar-te tão real quanto o desespero
que algumas, muitas vezes me atinge.
Anseio o conforto das tuas palavras,
da tua presença.
Já valeu a pena!

k

quarta-feira, julho 28, 2010

A proximidade do mundo real

Queria ver-te,
na irracionalidade do ser
que sou, sem direito
de contemplação da mera imagem.

É tamanha a proximidade
que não te alcanço.

Repreendo-me de olhar
para o inalcançável.
É pena de tortura
auto-infligida.

Distancio-me do real,
para um mundo solitário.

Afasto-me alheio a quem sou,
atormentado da impotência
daquilo que sinto.

Afasto-me,
respondendo ao chamamento da arte,
lapidando o sentimento bruto.

José Pedro Cadima

quinta-feira, julho 01, 2010

A menina dos cachos

Vou aqui contar uma história que para ti aparecerá como ficção. Os personagens sou eu, tu e todos os que nos rodeiam, pois não queria que fosse uma história em que tudo fosse mera especulação.
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A multidão é um corpo cinzento onde os gestos se repetem até à linha do horizonte. As mesmas vivencias são assuntos de conversa entre os mais variados grupos que se espalham pela avenida. E lá no fundo vai a menina dos cachos, que saltita alheia às repetitivas histórias contadas nas esplanadas da avenida.
Os seus cabelos negros encaracolados caem-lhe pelos ombros de forma doce e fazem perfeita sintonia com o ar jovial que transporta. O dia é de sol nos seus olhos, mesmo que não o seja no céu, e o seu sorriso é quase ingénuo, tamanha a graça que carrega consigo para onde quer que vá.
Quando a menina dos cachos vira para a direita no fim da avenida, um rapaz que saía do café reconhece-a ao longe. Apetece-lhe correr para ela. Não corre. Podia confrontar-se com a vergonha de ficar, sem palvras, à sua frente; podia correr o risco de não ser capaz de lhe dizer o que quer que fosse. E logo num dia como aquele, igualzinho aos outros, em que ela parecia ter decido que o dia seria perfeito.
A menina continuou o seu caminho. Apressando um pouco o passo, desiste de sujeitar-se a tamanha vergonha. Ela tinha desaparecido da sua vista e podia assumir que não a voltaria a encontrar. Chegado à curva, não a vê. Era como se nunca lá tivesse estado. Perdeu então a oportunidade de a ouvir dizer “olá”. O olá que ele mais desejava ouvir nesse dia. Voltou a correr pela rua. Continuou a não a ver.
A menina dos cachos tinha virado à direita para dentro de uma loja três números a seguir à morada da porta da esquina. Tinha entrado para comprar chá. Procurava uma infusão em particular, uma infusão de uma flor de sabor doce.
O rapaz voltou então para trás, desiludido com o objectivo inseguro que a si mesmo tinha proposto. E se o coração alguma vez tinha batido por ela, batia agora pela desesperada corrida que tinha feita até ao final da rua. Não a encontraria na sua saída da loja. Ele olhava para o chão e ela retomara o seu percurso, agora em direcção ao outro lado da avenida.
A menina dos cachos entraria logo depois noutra loja do outro lado. Tratava-se de uma pequena loja de chávenas, onde procurava um par, um par de chávenas bonito, rústico, característico do que é habitual encontrar num palacete, mas de traço simples. Enquanto as comprava ao balcão, o rapaz passava por essa mesma rua, não olhando senão para o chão, alheado das coisas que os outros faziam.
O rapaz virou à esquerda na esquina seguinte, descendo a rua mais calmamente. Parou para ver a montra de uma loja de roupa, roupa já de adulto. Afinal, a sua juventude aparente nas acções desta história provinha do sentimento e não da idade.
A menina dos cachos desceria entretanto a mesma rua sem o ver. A multidão cinzenta distrai-a. Cruzou-se com um amigo, e logo depois com outro. Vê meia dúzia de desconhecidos, no meio dos quais julga reconhecer alguém, mas não era o seu companheiro de carteira do infantário, não era o seu vizinho, não era ninguém que reconhecesse. Segue caminho sem reconhecer mais alguém. Volta a virar à esquerda para ver se costureira havia acabado o seu vestido.
O rapaz fazia entretanto o caminho inverso. Vai em direcção à avenida. Olha o sol que aponta para horas de retornar a casa. Está sem saudades de casa. Resolve então ir para um café a meio da avenida. Fica-se pela esplanada, aproveitando a brisa que passa.
Entretanto, a menina retoma também o caminho de retorno. Ao passar em frente da loja das chávenas, volta a olhar certificando-se da sua escolha e desce a avenida.
...
...
...

[Na lógica dos enredos dos filmes europeus de há uns tempos, deixo-te a escolha do final desta história]

José Pedro Cadima

segunda-feira, junho 28, 2010

Agradeço-te

Agradeço-te o carinho e compreensão com que me tens tratado. Sei que não sou capaz de competir nisso contigo, nem um bocadinho.

K