quarta-feira, julho 31, 2013

De longe, chegam-lhe frases

De longe, muito longe, chegam-lhe frases que lhe aparecem soltas.
Entre elas, julga perceber:
Roubaste estrelas do céu […];
Moveste montanhas […];
Lutaste com dragões […];
És quem eu ambicionava ter […].
Mentalmente, inquire a quem possam ser endereçadas, inquire o nível de generosidade que delas possa transpirar, muita, seguramente, e o nível de retribuição que possam ter.
Porventura, sê-lo-ão em idêntica medida, talvez mais, se tal é concebível. 
Dir-lhe-á quanto a ama?
Quanto sente a sua falta quando ela não está?
Seguramente, mesmo que as palavras possam não ter igual expressividade, mesmo que as palavras possam ceder perante a emoção.
Talvez devesse dizer-lho mais amiúde, de forma mais firme mas o receio de não saber dizê-lo leva-o a preferir calar-se, deixar que sejam os gestos, as atenções, as emoções a falar por si.
Lamenta não saber fazê-lo de outra maneira, lamenta quanto a possa desapontar por ser assim, sabendo que não tem modo de ser diferente. Lamenta sobretudo por ela.
De volta ao primeiro instante, tenta recordar as palavras que escutou, murmuradas.
Mentalmente, inquire a quem possam ser endereçadas e fica a desejar, muito, que, algum dia, alguém lhe destine palavras tão generosas e encorajadoras.
Desperta de seguida lamentando que o que ouviu não tivesse ido além de um sonho.

K

segunda-feira, julho 29, 2013

Quando percebo...

"Quando percebo, não penso o mundo, ele organiza-se diante de mim". 
M. Merleau-Ponty

[citação constante de mensagem recebida de Clara Costa Oliveira]

quinta-feira, julho 25, 2013

Braga "antiga"


[Foto de autor não identificado que nos caiu entretanto na página pessoal do Facebook. Note-se a ausência da fotografia do edifício do Banco do Minho, em especial]

terça-feira, julho 23, 2013

Mensagens curtas, endereçadas

"Precisava de estar contigo, sentir-te junto de mim por fugazes minutos que fosse e isso não aconteceu.
Á noite, era tarde de mais. Para mim, o dia não começa à noite.
Se não vai bem no correr do dia, muito dificilmente se recomporá à noite."

K

quinta-feira, julho 18, 2013

Dinizar Becker, um académico, um amigo e um lutador

«Não sei a data certa em que trocámos as primeiras mensagens postais; não tenho rigorosamente presente em que anos esteve em Braga em fugazes visitas de trabalho, no quadro de um projecto de pós-doutoramento; sei que morreu em Junho de 2003, aos 56 anos de idade, “na plenitude da sua maturidade intelectual”, como escreveram os amigos que lhe organizaram um livro de homenagem póstuma, reunindo o essencial da sua obra escrita, “acabado” de vir a público, e que um amigo comum teve a gentileza de me fazer chegar há poucos dias. Falo de Dinizar Becker, um homem “de tantas faces, polemista por natureza e ofício, indignado, produtivo e combativo … neste momento de agudização de uma crise mundial, que provoca perplexidades sem respostas, sobre a qual Dinizar teria muito a dizer” [Desenvolvimento Contemporâneo e seus (Des)caminhos: a contribuição da obra de Dinizar Becker, Agostini, Bandeira e Dallabrida (Org.), UNIVATES, 2009, Lajeado, Brasil, p.25].   Em boa hora o fizeram. Estou-lhes grato pela homenagem que por essa via lhe prestaram em nome dos muitos amigos que teve em vida, entre os quais julgo poder incluir-me.

J. Cadima Ribeiro»

domingo, julho 14, 2013

Quando a gente sofre

"O silêncio é às vezes o que faz mais mal quando a gente sofre". 

 Florbela Espanca

[citação constante de mensagem recebida de Clara Costa Oliveira]