terça-feira, dezembro 28, 2010

O que deixaste à porta (um breve regresso a 2007)

Se bem o deixaste à porta
escusado é voltar atrás.
Não está lá
nem pensa em depressa voltar.

Em retorno, desejo-te do coração
que não se alongue teu caminho.
Ficarias abandonada neste mundo,
outra vez.

Hás-de iludir-te
para a esperança procurar,
que também lá atrás ficou
pedindo ao bem que te espere.

Aqui, espera-te o mal,
carregando ironia vida adiante,
sempre erguido e com mãos largas,
alardeando alegria a tua expensas.

José Pedro Cadima

segunda-feira, dezembro 27, 2010

A não ser que...

Há ocasiões em que o trabalho, pouco que seja, me esgota. Lembro-me de outras em que o trabalho se esgotava sem que lhe sentisse o peso. Não é, sei-o bem, apenas uma questão de esforço. É, muito mais, um problema de motivação, de crença que valha a pena enfrentar o dia seguinte, estado de espírito que me escapa nesta altura e de que não estou certo de ser capaz de libertar-me. A não ser... A não ser que...
.
José Cadima

domingo, dezembro 26, 2010

Árvore com frutos


Não é uma árvore de Natal
mas não deixa de ser
uma linda árvore
por causa disso.
Para mais,
é uma árvore com frutos.
.
K

sábado, dezembro 25, 2010

quinta-feira, dezembro 23, 2010

terça-feira, dezembro 21, 2010

À chuva

Sempre ao meu lado,
vais à chuva,
sempre à chuva.
E eu, coberto por guarda-chuva
que ora me parece real
ora se me oferece imaginário,
enquanto a minha mente deambula
por paragens eternamente soalheiras,
pergunto-me:
porque vais à chuva?

José Pedro Cadima

segunda-feira, dezembro 20, 2010

Tempo de festas









Imagem de festa
em tempo de festas.




(Foto da autoria de Báby Vasquez,
extraída da página do Facebook de José Cadima)

sábado, dezembro 18, 2010

Eu também não...

"Eu também não pretendia mudar o mundo, só não era capaz de calar a revolta ou o desconforto que me provocavam certos episódios da vida política e social local e nacional.
Depois disso, continuei a ser, a sentir assim, com a diferença que fui ficando progressivamente mais desencantado e menos esperançoso que as coisas mudassem e, mesmo, que houvesse real vontade de tornar o nosso quotidiano e o nosso futuro, como cidadãos e como portugueses, mais risonhos."

J. Cadima Ribeiro
(22 de Outubro de 2008)

sexta-feira, dezembro 17, 2010

Teia de aranha


Teia de aranha
incandescente?
Talvez não!
Porventura,
apenas luz
e formas naturais
caprichosas,
no interior de
uma gruta calcária,
algures
na Serra de Aire.
.
K

quinta-feira, dezembro 16, 2010

quarta-feira, dezembro 15, 2010

A tempestade grande és tu

O tempo passa com o tempo (deveria passar, não deveria?), chuva, sol, neve, nevoeiro, mas a tempestade grande és tu. Sei lá porquê!

José Pedro Cadima

terça-feira, dezembro 14, 2010

Relaxar relaxa-me

Relaxar faz-me bem
Relaxar é o que me falta
Relaxo quando Tlim-Tlão faço
Relaxo quando para ti olho
A linha do horizonte relaxa-me
A humanidade raramente o consegue
Quando é que o ser humano
vai aprender a relaxar?
Quero que me deixem relaxar
Quero ficar a olhar eternamente para ti
Quero fazer Tlim-Tlão tal como uma criança

C.P.

sexta-feira, dezembro 10, 2010

Marcos de correio


Marcos para pôr
cartas.
Será que ainda
se escrevem
cartas de amor?
E, escrevendo-se,
põem-se no
marco vermelho
ou no azul?
Cartas de amor: "quem as não escreve(u)?"
.
K

quinta-feira, dezembro 09, 2010

A tua sensibilidade

A tua sensibilidade
causa-me perplexidade.
Como pode alguém
ser, no mesmo passo, forte e sensível?
O passado persegue-te,
torna-te vulnerável.
Tento ajudar-te,
ajudar-te a renascer
das cinzas que povoaram os teus últimos 20 anos.
Entretanto, vou dizer ao mundo que te amo.
Posso, finalmente, dizer ao mundo que te amo...

C.P.

quarta-feira, dezembro 08, 2010

A chama que me chama

A chama chama-me.
Ela és tu,
uma chama triste
que eu quero alegrar,
sentir por entre os meus braços,
dando-me conforto,
dando-me serenidade.
Continuarei a tentar alegrar essa chama
pois ela ajuda-me a percorrer a vida,
ajuda-me a saber quem sou.

C.P.

terça-feira, dezembro 07, 2010

O mar

Não sei se estava salgado.
Alterado, bravio,
sem dúvida, estava.
Não deixava, por isso, de ser o mar salgado.
Sei-o e sabem-no as gaivotas,
que, alinhadas, em bando,
se aconchegam junto a uma saliência da praia.
Há outras que preferem tirar partido do vento
que as fustiga
elevando-se no ar,
bailando nos braços do vento.
Como pano de fundo,
têm a imensidão do mar
que se espraia para além do horizonte,
agitado, bravio,
e, seguramente, salgado,
mar salgado.

José Cadima

segunda-feira, dezembro 06, 2010

49 Primaveras (II)


Outra imagem
(de perfil)
do aniversariante.
Quem imaginaria
que consegiriamos
chegar até aqui?
Tantas memórias!
.
José Cadima

49 Primaveras


Tantas memórias:
o meu avô, José Pedro;
o meu irmão, Sérgio Ribeiro;
o vermelho que, de passagem,
foi a sua cor;
a minha filha Joana Catarina;
1975;
o reencontro com o branco original;
os desencontros
e as coincidências.
Celebraremos juntos
quantas Primaveras mais?
.
José Cadima

domingo, dezembro 05, 2010

Noites em claro (II)

Não como.
Não durmo.
Não sinto, nem sonho.
Não vivo.
Deambulo em busca
do que me escapa.
E nas noites em que não durmo,
mato-me;
aos poucos, é certo, mas mato-me.
Arde-me o corpo.
São ácidos do passado.
É a embriaguez do futuro.

José Pedro Cadima

sábado, dezembro 04, 2010

quarta-feira, dezembro 01, 2010

Rua de Leiria


É uma rua do centro histórico de uma cidade.
Neste caso, é Leiria, mas poderia ser uma qualquer outra cidade.
É, adicionalmente, uma rua com vida.
-
[Foto da autoria do Jornal de Leiria, obtida via Facebook]