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quarta-feira, junho 05, 2013

Falando de pôr-do-Sol

«As quatro estações do ano

Tu és como
as quatro estações:
és a minha branca
e linda neve do Inverno;
és a minha suave
e virgem flor de Primavera;
és o meu doce
e suculento fruto de Verão;
és o meu belo
e magnifico pôr-do-sol de Outono

José Pedro Cadima

(POEMAS ou um grito de vida, edição de autor, Braga, 2004, p.83)

quinta-feira, fevereiro 14, 2013

Reescrevendo ´Amor que me prende`

O teu olhar, os caracóis do teu cabelo,
a sedução dos teus gestos prenderam-me,
tal como a esperança do teu amor.

Só tu me fazes feliz.
Só o teu amor, só o teu carinho
me fazem sorrir.

José Pedro Cadima
(reescrito por José Cadima)

domingo, janeiro 06, 2013

Doces e belas (as tuas mãos)

Quando me acariciam,
as tuas mãos são doces e belas.
As tuas mãos
são tão doce e belas
quanto o teu carinho.
Tocar-me,
acariciar-me,
é o que faz delas doces e belas.
Sem isso, podiam até ser belas
mas não seriam doces.
Podiam até parecer doces
mas jamais seriam doces e belas.

José Pedro Cadima

quarta-feira, abril 11, 2012

Algo impossível de comprar (Uma carta de Natal)

Os poemas que escrevo são o escape,
a fuga que encontro
à hedionda realidade que nos submerge.

Neles, pelo menos, embora nem sempre,
encontro paz, fartura
e, até, um estranho mas pacifico amor.

O maior senão é a dor
que por vezes também encontro 
de lembranças passadas,
com que receio voltar a cruzar-me.

José Pedro Cadima

sábado, dezembro 17, 2011

(O tempo que passo) Sem ti

As horas passam,
o tempo voa,
e eu continuo aqui
sem amor, sem ti.
Se conquistar o teu amor
tem sido um sonho,
nesta hora, só em sonho te tenho comigo.

O tempo passa.
Nesta hora, só em sonho te tenho aqui,
só no meu coração te encontro,
te beijo e te abraço.
Conquistar o teu amor
tem sido um sonho
não concretizado.

José Pedro Cadima

quarta-feira, novembro 23, 2011

A foto (revisitada)

Estás linda!
Não há foto que te tirem
em que não surjas linda,
deslumbrante,
pelo menos, a meus olhos.
Que lindas as tuas fotos,
umas atrás de outras.
Podiam ter qualquer cenário como fundo
pois, só por tu lá estares,
desviar-se-ia para ti
toda a atenção do observador.
Nesta, encontro-lhe uma falha:
eu não estar nela contigo!

José Pedro Cadima

terça-feira, novembro 08, 2011

O que me vem à cabeça (revisitação)

Por culpa deste turbilhão
que me vai na cabeça,
para não me esquecer das coisas,
devo escrevê-las.
Só há um problema:
o que me vem à cabeça
são poemas de amor,
ideias, pensamentos
que são directa expressão das dores que sinto.
Por assim ser,
a forma que encontro de me encontrar
com a dimensão mais intima do meu ser
é a que reaviva o meu tormento.

José Pedro Cadima

terça-feira, outubro 25, 2011

O azar e a sorte (II)

Sei que eles andam por aí.
O azar, sobretudo.
Vigiam os nossos passos;
controlam tudo;
batalham em todos os campos.
São poderosos,
tão poderosos que decidem o nosso destino.
Desafortunadamente,
no meu caso, só o azar
parece conhecer o meu caminho.

José Pedro Cadima

domingo, setembro 04, 2011

Sonhos

Procuro em meu redor
e só te encontro a ti,
meu sonho,
meu pesadelo, tantas, demasiadas vezes.
Quando se alimentam sonhos,
dá-se espaço para o pesadelo.
Onde crescem flores,
crescem, também, cardos,
exuberantes, até floridos, espinhosos.
Os rios dos sonhadores
são coloridos de vermelho,
vermelho de sangue, insisto.
Procuro em meu redor
e acho saudades de ti,
anseio ardente de ter-te
ao alcance dos meus braços,
preso que estou na teia
que me faz refém deste amor
muito procurado, temido, louco.

José Pedro Cadima

quarta-feira, agosto 03, 2011

Mensagens curtas, endereçadas

"Pareces não perceber o que sinto, a não ser nos momentos em que fica mais cruelmente exposto o meu enorme sofrimento. Esses são, entretanto, os instantes em que o reencontro fica mais distante."

José Pedro Cadima

domingo, julho 31, 2011

Ninguém compra o boneco foleiro (II)

Nas minhas poucas qualidades,
nos meus imensos defeitos,
ninguém parece quer-me,
nem mesmo eu.
Cresceu em mim
uma imensa raiva de mim.

Tal como te pressinto,
nem sequer te imaginas a meu lado.
Sou simplesmente algo,
como um boneco foleiro,
que ninguém compra.

Em perfeito contraste,
eu sinto que te quero muito,
sinto que me fazes toda a falta do mundo,
mesmo desejando ter força bastante
para te ignorar da próxima vez que nos cruzemos,
rua abaixo, rua acima.
Cresceu em mim uma raiva imensa.
Sinto-me um boneco foleiro.

José Pedro Cadima

domingo, junho 19, 2011

Sinto...

Sinto que te quero muito.
Sinto que me esgoto em angústia.
Sinto a felicidade mais longe.
Sinto que já nada importa.
Sinto que já não te quero.
Sinto que nada tenho.
Sinto que o amor
é um detalhe nas nossas vidas
repletas de incidentes e frustrações.
Sinto…

José Pedro Cadima

sábado, maio 07, 2011

A cor do mar (II)

Mar verde,
que és tão belo,
que fizeste ao azul
para ele de ti fugir?
Mar verde,
que és imenso e ondulante,
que fizeste ao azul
com que me cruzei há instantes?
Mar verde,
que me enches de esperança,
vem enrolar-te nos meus pés,
vem trazer-me a frescura que me escapa,
vem com tuas conchas segredar-me ao ouvido
que, amanhã, ao raiar da aurora, voltarás a ser azul dourado.

José Pedro Cadima

terça-feira, abril 12, 2011

Desde que te conheço (II)

Desde que te conheço

que sonho contigo.

Desde que te conheço

que te imaginei o grande amor

com que sempre sonhei.


Só algum tempo depois me apercebi

que, se me amavas,

amavas-te muito mais a ti mesma.


Feitos um para o outro,

imaginei-te eu.

Feito para te servir,

tomaste-me tu.


Desde que te conheço,

fez-se-me claro

quão melhor para mim era saber-te longe,

no outro lado do mundo.


José Pedro Cadima

sexta-feira, março 18, 2011

Sobressalto

Há momentos em que me ocorre pensar
que tenho tudo o que quero,
pois só te quero a ti.
Há ocasiões em que me parece seguro o teu amor,
a tua paixão.
Certa é a tua beleza, que me fascina e me embala.
Neste torpor, resulta sobressaltado o meu coração,
que, ao invés, queria aquietado.

José Pedro Cadima

sábado, março 12, 2011

Afogo-me (II)

Questiono-me,
afogo-me em pensamentos
sobre o que é e o que não é,
e não encontro resposta.

Neste mar de pensamentos encapelados,
de tanto me interrogar,
acabo por perder as perguntas
no monte das respostas falhadas.

José Pedro Cadima

sexta-feira, janeiro 21, 2011

Refém+

Procuro, procuro
e não acho nada.
Procuro dentro de mim
e só te acho a ti.
Porquê???
Porque é que me encontro tão sensível?
Porque é que cada palavra dói tanto?
Porque é que cada passo que dou
me traz um temível transtorno da alma?
Anseio ardentemente ter-te
ao alcance dos meus braços.
Anseio…
Porquê?
Porque choro
eu por palavras?

José Pedro Cadima

terça-feira, novembro 09, 2010

A árvore que sou

Na árvore que sou,
estou no Outono,
uma estação de tempo instável
mas sempre dominada
pelo agitar do vento,
o esvoaçar das folhas,
o espreitar do Sol
em perda de brilho e de intensidade.
Na árvore que sou,
sinto fragilizada a terra
a que se agarram as minhas raízes
e empobrecida a seiva de que me alimento.
Na árvore que sou,
estou no Outono,
mas não desisti ainda
de ser a Primavera de alguém.

José Pedro Cadima

sexta-feira, novembro 05, 2010

Refém de ti

Procuro, procuro em meu redor
e não acho nada.
Procuro dentro de mim
e só te encontro a ti,
quer dizer, acho a saudade de ti.
A minha vontade,
o meu anseio ardente
era ter-te ao alcance dos meus braços,
presa da mesma teia
que me mantém refém de ti.

José Pedro Cadima

quinta-feira, setembro 23, 2010

Quero parar

Quero parar!
Quero seguir o meu caminho,
caminho distinto
do que me trouxe a estas paragens.
Quero parar, parar, parar
mas a inércia arrasta-me, impele-me,
deixando-me cada vez mais estreito
o umbral de arbítrio.
Anseio seguir por onde quero,
percorrendo estrada ampla,
liberta de sinais vermelhos.
Quero parar!
Quero retornar à utopia
que me trouxe a estes lugares,
que já não são de encontro,
antes são de desassossego.
Quero parar
para procurar caminho retemperador.

José Pedro Cadima