quinta-feira, maio 30, 2013

As nossas mãos

As nossas mãos
São idênticas
Do mesmo tamanho
Sentem o mesmo…

No teu colo
Procuro a tua mão
Calejada do tempo
Tão grande quanto a minha

Insistes e dizes
Serem do mesmo tamanho
São os teus olhos
Que o querem ver

Acabo por o sentir
Afinal, só duas mãos idênticas
Poderão amar
Com a força de um Deus

C.P.

sexta-feira, maio 24, 2013

Alegra-me que sejam amarelos

O comboio roda,
balança, apita, corre,
e com ele corre, foge
a paisagem que ladeia a linha.
A velocidade é irregular.
As paisagens sucedem-se,
umas acercando-se rapidamente,
outras tomando mais tempo.
Subitamente, pára.
Pára porquê?
As imagens deixam de ser fugidias.
Fugidia permanece a minha atenção,
saltando entre memórias do ponto de partida
e a realidade que se apresenta a meus olhos.
Formoselha?! Formosa?
Formosa mas não segura?
Mal-me-queres, pelo menos, não faltam,
embora eu prefira papoilas,
o vermelho rubro das papoilas, digo.
Permaneço alerta.
Perscruto o espaço envolvente
e ei-los que surgem
combinados com mal-me-queres amarelos.
Abre-se-me lugar para a esperança,
mesmo que o mais certo sejam os mal-me-queres.
Alegra-me, pelo menos, que sejam amarelos.

K

sábado, maio 18, 2013

Duas Luas

Duas Luas, três Sóis,
assim se me apresentam certos dias,
certas noites, também.
A luz é tanta que me encandeia.
As Luas e os Sóis são o que consigo vislumbrar.
Tudo o resto são sombras, são imagens fantasmagóricas.
Fecho os olhos,
concentro-me na luz que me vem de dentro
e  ensaio o regresso ao tempo
em que via uma só Lua,
um só Sol.
Velhos tempos esses em que era possível mirar a Lua,
repousar os olhos em campos de morangos, para sempre,
assistir, inebriado pelo estonteante das cores formadas, ao pôr-do-sol,
à beira-mar,
abraçar o arco-íris.
Faz-me falta, sobretudo, abraçar o arco-íris.
Eram outros tempos,
tempos que, receio, não voltem mais.
Eram tempos em que havia uma Lua e um Sol, apenas.
E como era rubro o vermelho das papoilas!

K

quinta-feira, maio 16, 2013

Pelo menos, há luar!

Dizem que sou K,
que sou Y.
Dizem, até, que sou J.
Todos dizem saber quem sou.
Só eu continuo sem saber quem sou,
e gostava tanto de sabê-lo.
Procuro, vagueio por lugares incertos,
procuro ainda mais,
e a resposta permanece este vazio de resposta.
Dizem que sou Z.
Z(é) acredito que não sou!
Batem à porta, leve, levemente.
Trar-me-ão a resposta que busco
ou será a chuva que bate leve, levemente,
que a neve não bate assim?
Pelo menos, está luar.
Assim, posso buscar mais longe,
posso procurar perto da Lua,
que me dizem ter todas as respostas que procuro.
Terá?
Pelo menos, há luar!

K

sexta-feira, maio 10, 2013

A arte do silêncio

"Os desgostos da vida ensinam a arte do silêncio".

Séneca

[citação constante de mensagem recebida de Clara Costa Oliveira]

quinta-feira, maio 09, 2013

quarta-feira, maio 08, 2013

Mensagem de alento

De longe,
envias-me uma mensagem de alento.
De longe,
os nossos desencontros.
ficam também mais distantes.
Que bom que era percebê-los epifenómenos
de um dia-a-dia desgastante.
Tento reconduzi-los a essa dimensão.
Tento sublinhar a empatia
que nos torna tão próximos
quando não se nos entrepõem
expressões de percursos passados,
manifestações de trajectórias fracassadas.
Que bom é sentir-te próxima
mesmo quando o reencontro possível
está a algumas horas de distância.

José Cadima

terça-feira, maio 07, 2013

Amor verdadeiro (2)

O Amor verdadeiro
Sempre alcança
Ainda que com sofrimento.
Que melhor solução
do que um Tojo 
Amar uma Urze?!

De qual gosto mais?
Não sei.
Mas sei que um sem o outro
não alcançam o 
Amor Verdadeiro.

C.P.

domingo, maio 05, 2013

Amor verdadeiro

Amar de forma verdadeira
É a mais difícil tarefa
Eu amo-te de forma verdadeira
Mas não quero que seja uma árdua tarefa.

Pensar em ti 
É pensar na vida
Na nossa vida
Onde a urze e o tojo se cruzam
Onde o violeta e o amarelo se mesclam
Na paisagem imbuída de prazer
Onde se consegue buscar 
O amor verdadeiro.

C.P.