segunda-feira, abril 26, 2010

sábado, abril 24, 2010

Quero ser poeta ...

"Quero ser poeta;
quero elevar-me ao Olimpo.
Quero escrever frases bonitas,
cheias de alma."
Quero fazer de conta
que este mundo cínico é mera fantasia.
Quero recuperar a liberdade
de ser eu, simplesmente,
triste, desencantado,
a maior parte das vezes,
esperançoso, de sorriso nos lábios,
de quando em quando.
Não, não relevam da realidade
que eu rejeito,
da dimensão da vida que me entristece
os ecos do mundo que me chegam.
Este é espaço de libertação.
Este é o refúgio inexpugnável em que me recolhi,
cujas muralhas continuarei a reforçar
para que seja cada vez mais inexpugnável.
Fora deste refúgio
nada existe,
toda a vida já se desvaneceu;
só fantasmas aí habitam,
cedentes de sangue.
"Quero ser poeta;
quero elevar-me ao Olimpo.
Quero escrever frases bonitas,
cheias de alma."

José Cadima

sexta-feira, abril 23, 2010

"Charme"

Quando se tem todo o "charme" que eu tenho é perfeitamente natural que receba múltiplas mensagens do teor das recentemente recebidas. Surprendente é não me terem chegado no passado.

José Cadima

quarta-feira, abril 21, 2010

Ser poeta (2)

Perdi um sonho,
ganhei outro:
quero ser poeta;
quero elevar-me ao Olimpo.
Quero escrever frases bonitas,
cheias de alma.
Quero olhar para mim
e orgulhar-me de comunicar algo.
Quero orgulhar-me de ser alguém,
alguém que ninguém vê,
ninguém conhece,
a ninguém interessa,
alguém que é feliz assim,
alguém que, como melhor amigo,
tem a inspiração
e, porventura, o seu cão.

José Pedro Cadima

segunda-feira, abril 19, 2010

Hoje, ...

Hoje, mais do que nunca, “tudo que é sólido se desmancha no ar”, conclui Dinizar Becker, seguindo M. Berman.

J. Cadima Ribeiro

quarta-feira, abril 14, 2010

Alguém é sempre algo especial (2)

Preciso de algo;
necessito desesperadamente de algo especial:
preciso de alguém.
Alguém é sempre algo especial.
Careço de alguém para amar,
de alguém que me ame.
Preciso de alguém que se preocupe comigo
e por quem eu me preocupe.
Necessito de alguém que me dê carinho,
me afogue em beijos;
alguém que me faça sentir
quão difícil é conter o ciúme.
Preciso de alguém para amar,
embora tema a dor
e o choro que o amor
tantas vezes carrega consigo.

José Pedro Cadima

terça-feira, abril 06, 2010

Ponto de situação (2)

Faço um ponto de situação
de tudo o que faço
e de tudo o que fiz.
Talvez possa dizer ”sou feliz”
ou talvez não,
pois não tenho aquilo que mais quero.

Se tenho um sorriso,
é o meu próprio sorriso,
pois não tenho ninguém
a quem possa chamar meu sorriso.

José Pedro Cadima

domingo, abril 04, 2010

As notícias que nestes dias chegam de Itália (Roma)

Estou em Roma pelo menos até amanhã. Cheguei ao Hostel sem problema. Vim para Via Cola di Rienzo, que fica em frente ao Vaticano. Por isso não vou ter problemas. Foram amigos meus de Itália que me recomendaram que viesse para aqui.

José Pedro G. Cadima

sexta-feira, abril 02, 2010

Em tempo de Páscoa

1. Na Páscoa, faz todo o sentido falar de PECs e de outros pecadilhos, quer dizer, dos múltiplos pecados cometidos pelos mais deserdados dos portugueses, que vêm conduzindo o país à bancarrota e por isso merecem ser condenados a verem diminuídos os subsídios de emprego, as pensões de sobrevivência e os apoios à reinserção social a que podem habilitar-se mas a que, bem vistas as coisas, não têm direito. Andam os Srs. Jorges Jardins, os Srs. Joãos Rendeiros, os Srs. Manuéis Godinhos, os Srs. Armandos Varas, entre alguns poucos portugueses, a estafar-se a trabalhar para uns quantos milhares esbanjarem a alimentar as respectivas famílias e cães e a adquirirem apartamentos que, em vida, na melhor das hipóteses, nunca conseguirão pagar. Não o merecendo, porventura ganharão o céu, dado que Jesus Cristo é todo misericordioso.
2. Sendo Páscoa e, para mais, 6ª feira santa, há, por outro lado, que glorificar igualmente outros abnegados zeladores do bem-estar dos portugueses, como têm sido muitos dos protagonistas políticos da última década, de Durão Barroso e Manuela Ferreira Leite a Santana Lopes e a Teixeira dos Santos e José Sócrates que, conforme sublinhava muito justamente ainda não há muitos dias Vítor Bento, foram/são representantes distintos das “forças políticas mais responsáveis, e que têm tido a principal responsabilidade no governo do actual regime político”. A eles, antes de a quaisquer outros, cumpria assegurar ao PEC recentemente em discussão, “o apoio necessário a garantir-lhe a credibilidade no exterior”, já que, internamente, em razão da liderança de tal gente, o dito PEC e os seus promotores não têm “chance” de reganhar qualquer credibilidade, a não ser junto daqueles portugueses que teimam em fazer caminho de olhos vendados, para não tomarem consciência do precipício para onde caminham.
3. No que me toca, pessoa pouco crente em que me converti, aparte comungar da ideia que “este não é o tempo dos Vencidos da Vida”, vou fugindo como posso ao purgatório das tardes e serões televisivos, onde se glorificam políticos medíocres e fugazes estrelas televisivas, de mais ou menos tenra idade, servidas em doses industriais. Nessa fuga, que já me foi muito mais penosa, ocorre-me recordar o tempo em que via televisão a rodos, onde ponteavam a Pantera Cor-de-Rosa, o Mister Magoo, o Coyote e várias outras personagens de banda desenhada que me deixaram uma enorme saudade; maior ainda quando confronto essas personagens com os bonecos japoneses que pululam nos ecrãs das televisões nas horas em que não passam as praças da alegria, os concursos e “realities shows” e as telenovelas que enxameiam as nossas televisões nos tempos que correm.
4. Falando-se de televisão, e não só, tempo houve em que se dizia que, para esquecer as tristezas quotidianas, os políticos mandavam a televisão servir-nos “fados, Fátimas e futebol”. Nesta altura, tenho como higiénico ver servido um bom jogo de futebol. A alienação aparece-nos bem melhor embalada em concursos de fazer “milionários de bolso” e em telenovelas onde as heroínas têm garantidos os seu príncipes, servidos no final com tostas mistas e “croissants”. Fados, também, se vierem arranjados por cantores e cantadeiras criativas e afinadas. Poderei estar enganado mas as Fátimas parecem-me vender cada vez menos, salvaguardado o caso da Fátima Lopes e de outras costureiras de ambos os géneros. Poderei estar enganado mas mecas sugerem-se-me de crescendo em crescendo os grandes “shoppings” que por aí abundam. Farão a sua época até outros templos lhes tomarem o lugar.
5. Esgotada que seja a época da Páscoa, interrogo-me sobre que outros PECs virão infernizar os cidadãos e cidadãs nacionais, dando por certo que, na religiosidade que os/as caracteriza, já não dispensam pena ou peregrinação. Vale-lhes (nos) os concursos televisivos e telenovelas, mais as praças da alegria, que, de tão tristes, só nos fazem chorar.

J. C.

quinta-feira, abril 01, 2010

As notícias que nestes dias chegam de Itália (Veneza)

Cheguei hoje a Veneza. É espectacular!
Fica-me mais caro viajar de comboio do que a viagem para cá de avião.
Estive hoje de manhã em Firenza (Florença) e achei que era um sítio demasiado turístico.
Não precisas de te preocupar tanto. Já não é a primeira vez que viajo. Estive sozinho em Manchester, Madrid, Praga, Amsterdão... E se queres saber, até hoje, a cidade mais perigosa em que estive foi Braga, onde os estudantes são assaltados diariamente.

José Pedro G. Cadima

A propósito de viagens e romagens: Leiria


[Foto da autoria de C.P.]