segunda-feira, agosto 09, 2010

Já valeu a pena!

Fecho os olhos
e, mentalmente, procuro os teus.
Fazem-me falta os teus olhos.
Faz-me falta sentir-te por perto.
Valeu a pena,
já valeu a pena
atravessar esse deserto
que se entrepunha entre nós.
É bom sentir esse teu olhar,
mesmo interrogativo, algumas vezes,
mesmo inseguro, outras tantas,
reconfortante, quase sempre.
Já valeu a pena
ousar questionar certezas incertas.
Já valeu a pena
deixar que me resgatasses à minha tristeza,
à minha segurança de muitos dias sombrios.
Já valeu a pena
cobrir-te de beijos,
ainda que só em vontade,
ainda que só em delírio mental.
Sentir-me amado faz diferença.
A vida assim vale a pena.
Fecho os olhos
e tento perceber-te para além das minhas lucubrações mentais.
Procuro imaginar-te tão real quanto o desespero
que algumas, muitas vezes me atinge.
Anseio o conforto das tuas palavras,
da tua presença.
Já valeu a pena!

k

3 comentários:

Anónimo disse...

Foi o poema mais bonito que escreveste, desde que te conheço, e já vai a caminho das duas décadas.
Espero que continue a valer a pena por muitos mais anos.

Anónimo disse...

caro/a leitor/a
o poema é realmente bonito.
mas diz-nos muito,
como funciona a mente.
será que tudo vale a pena?

Anónimo disse...

tudo vale a pena, se alma não é pequena, como dizia Pessoa; será que a sua alma é suficientemente grande para se perder sem medo? A boa notícia é que pelo menos ainda tem alma, o que já vem sendo raro...