terça-feira, agosto 31, 2010

Choro o que tenho que chorar (2)

Sinto que nada importa.
Sinto que tudo importa.
Por momentos,
apago-me do mundo.
Não choro muito,
nem choro pouco.
Choro só o que tenho que chorar.

José Pedro Cadima

quinta-feira, agosto 26, 2010

Tons preto e branco (II)

Cresce-se a pouco e pouco,
com saltos de permeio.
Viver é vibração, intensidade,
tontura, frustração, desapontamento,
muita frustração e alguma expectativa.
Momentos há, ainda, em que se sente
e não se entende
o porquê da música no ar.

É assim que eu vejo a vida,
embora talvez seja só eu que entenda as coisas assim.
Neste alvoroço,
vou aprendendo a abraçar as diversas almas
que me vão assombrando.

Em razão dos olhos que tenho,
é assim que eu vejo a vida.
Porventura, por serem tão escuros,
levam-me a que veja tudo ao som de música
e em tons preto e branco.

Se as imagens me chegam a preto e branco,
já a música é corrida,
“alegro” poucas vezes,
melancólica noutras vezes
e triste em muitas ocasiões.
Momentos há em que sinto
e não entendo
o porquê da música no ar.

José Pedro Cadima

segunda-feira, agosto 23, 2010

Longe e perto

Longe, outra vez,
fico mais perto de mim,
e com mais espaço para deixar fluir o pensamento.
Longe e perto, outra vez.
Que bom é partir!
Que bom é regressar!

Noutros tempos, partir era certeza
de evasão do quotidiano,
ânsia de chegar,
onde a sensação de diferente, de novo,
me permitia alcançar a serenidade
que o dia-a-dia me roubava.
Hoje, perdi essa capacidade de abstracção
e, talvez, a vontade de começar de novo.
Nos tempos que correm, encontro-me a espaços,
ausento-me esparsamente,
e sorrio mais episodicamente, ainda.

Talvez o sorriso que me reste sejas tu.
Talvez sejas tu a razão que me ficou para regressar
e, porventura, também para partir,
fazendo da viagem um ponto de encontro.
Longe e perto, outra vez.


José Cadima

quinta-feira, agosto 19, 2010

Pensamento do dia

É intrigante como, na Suécia, se vêem tão poucas "suecas". Porventura, nesta altura do ano, estarão mais a sul, a banhos.
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José Cadima

sexta-feira, agosto 13, 2010

A impotência dos homens

Meus caros leitores, já todos sabemos que os homens são inferiores às mulheres, pelo menos, no que diz respeito à maturidade em termos emocionais e no facto de não conseguirem fazer várias tarefas ao mesmo tempo. Recordo-me agora que o facto de não ligarem o hemisfério direito ao esquerdo do seu cérebro explica porque têm tanta dificuldade em fazer várias tarefas ao mesmo tempo, coisa simples para grande parte das mulheres, devido à facilidade com que fazem essa ligação.
Tudo isto a propósito de quê? Que coisa me passou pela cabeça, hoje, para me lembrar de tal insinuação?
É que já me sinto saturada de ver tanto fogo por todo o lado em tão pouco tempo! E nem se fala da saturação da impotência dos homens! Sim, porque ainda são eles que fazem as leis e dirigem o nosso país, de trela de rédea curta puxada pelo Engenheiro Sócrates!
Quase ao mesmo tempo da abertura dos saldos, eis que começou a época dos incêndios. Sei que não foram encomendados pelo nosso Governo, mas, que raio, porque carga de água, eu ouvi dizer há alguns meses atrás que os reclusos iriam limpar o mato lá para Agosto!? Sim, meus caros leitores, leram bem, em Agosto. E os que estão em casa a receber o Rendimento de Inserção Social, não poderiam ser obrigados a despender um dia por semana na limpeza das matas? Em Abril, Maio, claro está!?
Neste preciso momento, vejo que no telejornal da tarde, nos seus primeiros 28 minutos, só falam de incêndios! E o Governador Civil de Aveiro a dizer que há incendiários profissionais. Ora aí está uma bonita profissão de ser ter! E parte deles, mais amadores, até pegam fogo e depois vão ajudar a apagá-lo!
Caramba, ao fim de tantas décadas com fogos, só posso pensar que é grande a impotência dos homens!
No intervalo do telejornal, eis que vejo a campanha: Portugal sem fogos depende de todos nós! E num dos avisos aparece: Não lance foguetes! Mas o Governo Civil ou a autarquia não tem que dar o seu aval para eles serem lançados (os foguetes)?
Claro que só com impedimento formal os homens deixam de lançar foguetes! Não há festa que se preze no Norte de Portugal que não tenha uma festola em Julho ou Agosto e que a anuncie através dos foguetes! É que há que animar a malta e que outra coisa mais interessante se poderia fazer do que lançar foguetes às 9 horas da manhã de um Domingo ou à meia-noite de um Sábado?
Sabem o que fazia se mandasse? Prisão perpétua ou pena de morte para os incendiários!
Ainda assim não se conseguiria remediar a aflição espelhada na cara das pessoas, a perda de tantos bens e a morte das pessoas a que se tem assistido! Se eu mandasse…
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Leonor

segunda-feira, agosto 09, 2010

Já valeu a pena!

Fecho os olhos
e, mentalmente, procuro os teus.
Fazem-me falta os teus olhos.
Faz-me falta sentir-te por perto.
Valeu a pena,
já valeu a pena
atravessar esse deserto
que se entrepunha entre nós.
É bom sentir esse teu olhar,
mesmo interrogativo, algumas vezes,
mesmo inseguro, outras tantas,
reconfortante, quase sempre.
Já valeu a pena
ousar questionar certezas incertas.
Já valeu a pena
deixar que me resgatasses à minha tristeza,
à minha segurança de muitos dias sombrios.
Já valeu a pena
cobrir-te de beijos,
ainda que só em vontade,
ainda que só em delírio mental.
Sentir-me amado faz diferença.
A vida assim vale a pena.
Fecho os olhos
e tento perceber-te para além das minhas lucubrações mentais.
Procuro imaginar-te tão real quanto o desespero
que algumas, muitas vezes me atinge.
Anseio o conforto das tuas palavras,
da tua presença.
Já valeu a pena!

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sábado, agosto 07, 2010

Há muitos dias à espera…(2)

Há dias
em que não te vejo.
São dias tristes.
Há dias
em que te vejo só de fugida.
São dias que valem a pena.
Há dias
em que te tenho por perto.
São dias felizes.
Há dias
em que não te beijo.
São dias de espera.

José Pedro Cadima

terça-feira, agosto 03, 2010

Caramba!

"Caramba! Adoras malucas e estão cheio(a)s de inveja!!!!", comentava-me alguém, não vai para muito tempo, confrontado(a) com as reacções que encontrou às últimas mensagens publicadas neste jornal de parede.
Mas, a ser inveja, seria inveja de quê? Afinal, trata-se de um modesto jornal de parede, este. Vaidosas são só as palmeiras apresentadas abaixo, e outras que reproduzirei em data futura.

José Cadima