A Lua-cheia acordou cedo
e a Primavera correu para chegar a tempo.
Mesmo assim, foi tarde:
agora, tenho pouco,
quase nada para te dar.
Tempos houve
em que poderias ter tido a Lua.
José Pedro Cadima
Imagina só poderes ver os meus sonhos no meu reflexo. "Jornal de Parede" de José Pedro Cadima e de José Cadima
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sábado, outubro 09, 2010
sexta-feira, setembro 28, 2007
Hora da escrita
Certo dia,
comecei a escrever os meus textos
com horas de registo.
Não interessa, não importa
em que dia foi.
Não importa os dias já que são iguais,
um após outro.
Interessa-me sim a hora
porque, assim, lembrar-me-ei
aonde se situava o Sol e a Lua
no momento da escrita,
especialmente da Lua.
José Pedro Cadima
comecei a escrever os meus textos
com horas de registo.
Não interessa, não importa
em que dia foi.
Não importa os dias já que são iguais,
um após outro.
Interessa-me sim a hora
porque, assim, lembrar-me-ei
aonde se situava o Sol e a Lua
no momento da escrita,
especialmente da Lua.
José Pedro Cadima
quinta-feira, setembro 13, 2007
Solto no escuro
Ser solto no escuro, sem lugar para onde ir.
Ter medo de olhar para trás
e saber que também à frente não verá aquilo
que receia não poder alcançar.
Respirar devagar,
escondido no negro de um perigo inexistente.
Ter medo de um nada
que nos arrepia a espinha.
Olhar para um lado e para o outro.
Ter medo de descolar do objecto
com que nos procuramos confundir.
Sentir que ficando quieto ninguém nos apanha,
porque talvez o perigo passe ao lado.
Depois, para fugir,
é preciso ainda mais coragem,
mesmo que seja preciso dar só um passo.
É que o medo do escuro pode correr mais do que nós.
José Pedro Cadima
Ter medo de olhar para trás
e saber que também à frente não verá aquilo
que receia não poder alcançar.
Respirar devagar,
escondido no negro de um perigo inexistente.
Ter medo de um nada
que nos arrepia a espinha.
Olhar para um lado e para o outro.
Ter medo de descolar do objecto
com que nos procuramos confundir.
Sentir que ficando quieto ninguém nos apanha,
porque talvez o perigo passe ao lado.
Depois, para fugir,
é preciso ainda mais coragem,
mesmo que seja preciso dar só um passo.
É que o medo do escuro pode correr mais do que nós.
José Pedro Cadima
terça-feira, setembro 04, 2007
Sabia lá eu ...
Sabia lá eu o que era o amor.
Não desconfiava mesmo o que seria
mergulhar no amor, de corpo inteiro.
Sabia o que eram palavras doces
e isso foi-me bastando.
Nunca imaginei quanto o amor me iria fazer padecer
e questiono-me, agora, se não teria sido melhor
permanecer na ignorância,
caso isso fosse possível.
Sabia o que eram versos
mas imaginei-os cultura da beleza e da forma
e não gritos de amor ferido.
Sabia lá o que era o amor.
José Pedro Cadima
Não desconfiava mesmo o que seria
mergulhar no amor, de corpo inteiro.
Sabia o que eram palavras doces
e isso foi-me bastando.
Nunca imaginei quanto o amor me iria fazer padecer
e questiono-me, agora, se não teria sido melhor
permanecer na ignorância,
caso isso fosse possível.
Sabia o que eram versos
mas imaginei-os cultura da beleza e da forma
e não gritos de amor ferido.
Sabia lá o que era o amor.
José Pedro Cadima
segunda-feira, agosto 27, 2007
Apatia
Não tenho apatia.
Na verdade, tudo sinto,
mas engano bem.
É falta de alegria!
Quando se tem quase tudo
o que se ambiciona num certo momento
(noutras alturas, por contraponto,
temos a sensação que tudo nos foge),
não há que mostrá-lo.
José Pedro Cadima
Na verdade, tudo sinto,
mas engano bem.
É falta de alegria!
Quando se tem quase tudo
o que se ambiciona num certo momento
(noutras alturas, por contraponto,
temos a sensação que tudo nos foge),
não há que mostrá-lo.
José Pedro Cadima
sexta-feira, agosto 24, 2007
Tédio
Vejo o tédio, sinto-o.
E, agora, percebo-o.
Nunca devia ter lido
Fernando Pessoa!
José Pedro Cadima
E, agora, percebo-o.
Nunca devia ter lido
Fernando Pessoa!
José Pedro Cadima
quarta-feira, agosto 22, 2007
Escrever
Tornei-me escritor dos meus pensamentos
desde a primeira vez que peguei no lápis.
Aquele “a” nos primeiros tempos da “primária”
mudou o rumo da minha vida.
José Pedro Cadima
desde a primeira vez que peguei no lápis.
Aquele “a” nos primeiros tempos da “primária”
mudou o rumo da minha vida.
José Pedro Cadima
sexta-feira, agosto 17, 2007
Escritor sonhador
Contaram-me mil histórias.
Não ouvi nenhuma;
o escritor tinha sido eu.
Os meus sonhos?
Já os conhecia.
Haverá quem tenha lido alguns.
Outros estarão por escrever.
José Pedro Cadima
Não ouvi nenhuma;
o escritor tinha sido eu.
Os meus sonhos?
Já os conhecia.
Haverá quem tenha lido alguns.
Outros estarão por escrever.
José Pedro Cadima
quarta-feira, agosto 01, 2007
Sentimentos
Nunca conheci a felicidade.
Também não lhe chamo tristeza.
Fico-me pelo tédio;
mas que é uma miséria de tédio, isso é!
José Pedro Cadima
Também não lhe chamo tristeza.
Fico-me pelo tédio;
mas que é uma miséria de tédio, isso é!
José Pedro Cadima
quinta-feira, julho 12, 2007
Figura feminina
Olha para ti…
Olha para a tua figura feminina!
As curvas…
A estrutura…
Ainda questionas a incontornável expressividade
do teu corpo de mulher?
Eu acho-te perfeita!
José Pedro Cadima
Olha para a tua figura feminina!
As curvas…
A estrutura…
Ainda questionas a incontornável expressividade
do teu corpo de mulher?
Eu acho-te perfeita!
José Pedro Cadima
segunda-feira, julho 09, 2007
Segredo melancólico
Sendo eu um indivíduo melancólico, talvez agora não o seja tanto como já fui.
Fui um ser mais melancólico, capaz de chorar pelos cantos que nem um chorão, mas nunca deixei que alguém visse: escondia cada lágrima para depois a atirar à cara daqueles que, olhando-me ao longe, se questionavam sobre o que sentia.
Não lhes dei o prazer de ver uma lágrima que fosse, mas satisfaço-lhes agora a vontade de saberem se chorava em silêncio.
José Pedro Cadima
Fui um ser mais melancólico, capaz de chorar pelos cantos que nem um chorão, mas nunca deixei que alguém visse: escondia cada lágrima para depois a atirar à cara daqueles que, olhando-me ao longe, se questionavam sobre o que sentia.
Não lhes dei o prazer de ver uma lágrima que fosse, mas satisfaço-lhes agora a vontade de saberem se chorava em silêncio.
José Pedro Cadima
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