terça-feira, dezembro 30, 2008

Tristeza profunda

Falei-te,
vi-te
e isso deveria ter sido suficiente
para que esta tristeza profunda se apaziguasse.
Mas não foi.
A fonte de vida que tu constituis
não teve força bastante, hoje,
para varrer esta angustia,
este desconsolo que me invadiu,
hoje, logo hoje
que, porventura, necessitavas tanto quanto eu
que fosse capaz de te dizer,
do fundo da mais fundada crença,
que a tormenta está passada,
que ainda há amanhãs que sorriem,
a leste, a ocidente,
nos teus lábios
que tanto me tentam,
noutros dias.

José Cadima

domingo, dezembro 28, 2008

Mensagens curtas, endereçadas

"És um encanto. Tens sempre palavras de grande simpatia para endereçar-me.
Imagino o desapontamento que foi para ti receber a minha mensagem dando-te conta da agenda miserável que tenho para os próximos dias. Para mim também é um grande desapontamento. Isso não significa que não possamos ir comunicando e, se surgir uma aberturazinha, tentarmos mesmo trocar um beijo."
.
José Cadima

sexta-feira, dezembro 26, 2008

Ninguém

Ninguém para amar.
Ninguém para beijar,
nem, mesmo, tu.
Tu, que já foste o meu refúgio seguro,
o meu ponto de encontro,
o mar agitado em que naveguei.

Ninguém para abraçar.
Ninguém de quem me socorrer,
nem mesmo naqueles momentos
em que um ombro já bastava.
Os amigos?
Por muitos que pareçam,
não me fazem sentir menos só.
Faltas-me tu!

Faltam-me os teus beijos.
Faltam-me os teus abraços.
Falta-me o teu amor.
Faltas-me tu,
na sede de amor que já sentiste,
no desejo de correr para os meus braços
que já te animou,
na disponibilidade para navegar
o mar revolto que atravesso.

Ninguém para beijar,
nem, mesmo, tu.


José Cadima

quarta-feira, dezembro 24, 2008

Arroz Doce

Como pode uma sobremesa
Te seduzir tanto assim?
Canela afrodisíaca
Em pau ou em pó
Margarina derretida
Ou é apenas o açúcar a juntar delicadamente ao arroz?
Aposto que são os limões que te cativam
Que te fazem lamber os beiços ainda antes de os sentires
Ou a pitada de sal necessária para travar o doce sabor
Seja o que for
Parece que não te fartas de os saborear…
Triturando-os na tua boca sempre que te apetece
Vá, vai lá comer o teu Arroz Doce
Diz-me depois se é doce

C.P.

terça-feira, dezembro 23, 2008

Sonho contigo, uma vez mais

*
*
(título de poema, publicado neste "jornal de parede" a 14 de Novembro de 2007, Quarta-feira, agora lembrado porque o sonho carece de ser permanentemente renovado e alimentado)

sábado, dezembro 20, 2008

“Os pobres que paguem a crise!”

“A semana de 10 a 16 de Outubro foi dominada, em termos informativos, pela negociação do acordo de concertação social para o próximo ano, entre o governo e os parceiros sociais.
Estava-se na véspera da apresentação do orçamento de Estado para 1995 na Assembleia da Républica e o governo entrevia nesse acordo a oportunidade de recuperar algum fôlego, após alguns percalços dos últimos meses. A um ano das eleições legislativas, um acordo em matéria salarial era, também, meio caminho andado para a vitória eleitoral.
Contava para isso, como vem sendo usual, com a cooperação do patronato e do Sr. Torres Couto. Uns e outros, CIP e UGT, encenariam amuos, proclamariam o radicalismo das outras partes mas, no último minuto antes da ruptura, lá assinariam. Prevaleceriam os interesses dos portugueses.
Obviamente, o PSD e o Prof. Cavaco Silva tinham justificação para estarem confiantes que isso pudesse voltar a suceder este ano. Afinal, o Sr. Torres Couto era (é) um verdadeiro patriota. E, mesmo que não fora, era certo que os 4 ou 5% em questão não acrescentariam nada ao bem-estar material dos Srs. Ferraz da Costa e Torres Couto. Que se saiba, o segundo é mesmo deputado europeu, e portanto pago por Bruxelas.
Escutando os comentadores, desde o primeiro dia da semana se entendia a inevitabilidade do desenlace: não era inquestionável que 3,5% eram mais que 0% (os tais com que o governo presenteara os funcionários públicos no ano de 1994)? Não era verdade que a inflação estava a baixar e as expectativas mais pessimistas para o próximo ano se quedavam pelos 4,5%? De tão óbvio que era, colocar a hipótese do desacordo cheirava a heresia, quer dizer, coisa forjada pelos inimigos da democracia e do bem-estar dos trabalhadores.
Assim era, tanto mais que se anunciou o aligeiramento da carga fiscal, a nível de imposto de selo e descontos para a segurança social (a subida igualmente anunciada na taxa do IVA não era relevante para o caso, pois aquele imposto é aplicado no momento do uso dos rendimentos e não no da sua angariação, e existe mais mérito na poupança que no consumo).
Pois bem, contra toda a racionalidade, ao arrepio de toda a razoabilidade assistiram os portugueses no termo da semana em causa, já na noite de Sábado, 15 de Outubro, à divulgação de que o almejado acordo não fora conseguido.
Inacreditável! E os portugueses, empresários e trabalhadores assalariados, como iriam (irão) eles poder entender que os seus interesses tivessem (tenham) sido menosprezados?
Como diz o povo, e é bem certo, lá virá o dia em que os culpados terão a paga merecida. Entretanto, enquanto isso não sucede, parece razoável que sejam os pobres a pagar a crise.”

J. C.

(reprodução integral de crónica do autor identificado publicada no jornal Notícias do Minho de 94/11/05, em coluna regular genericamente intitulada “Crónicas de Maldizer”)

quarta-feira, dezembro 17, 2008

O que é que quero ser quando for grande?

Cara Professora,
A sua pergunta é das mais introspectivas que tive nos meus, até agora, oito anos… não, quero dizer, nos meus nove anos de vida (oito anos e sete meses, arredondados para cima).
Quando, na minha jovem idade de dezoito dias e quatro horas, decidi que queria ser “respirador profissional”, não entendia ainda muitas coisas. Com a prática, respirar provou ser uma actividade para o qual eu tinha tanta aptidão que o fazia mesmo quando não estava a pensar nisso. Acontecia-me com a maior das naturalidades.
Ainda jovem, em tempos de, como se sabe, grande promiscuidade, decidi ser “mamador profissional”. Tinha então vinte e um dias e vinte e duas horas. Mantive o sonho e esforçava-me por praticar todos os dias, a quase toda a hora. Acordava durante a noite a horas pré-marcadas para chorar e mamar. Ás vezes, isso revelava-se um enorme desafio mas, talvez devido a essa emoção, fui insistindo. De facto, pelos meus trezentos e trinta e quatro dias, o desafio foi maior que a minha emoção: a patroa desmamou-me! Felizmente, dadas as compensações definidas na lei de pendor socialista, recebi em troca um biberão de chucha amarela.
Destroçado, impedido de continuar o sonho de quase toda uma vida, utilizei as minhas compensações de forma pouco digna: comecei a beber! Bebia tudo o que encontrava. Não achava sentido em preocupar-me com aquilo que me enfiavam no biberão. Enchia-me de leite magro, leite meio-gordo, leite gordo! Por vezes, em actos de pura inconsciência, chuchava sem que houvesse leite.
Lembro-me de num desses dias, depois de ter acumulado largas dívidas, vir o senhor meu pai penhorar-me o biberão. Desde esse dia que não tenho actividade fixa. Percorro este mundo sem sonhos.
Por vezes, discuto com a Rosa o assunto, ela diz-me sempre que já achou o sonho dela: “baloiçadeira”. Eu, sinceramente, não entendo este tipo de comunzisse que anda para aí. Neste meu entender, fazer algo tão fácil e com tantos praticantes é uma espécie de cobardia! Pelo menos, não tem a atitude o Ricardo, o rapaz não se enxerga. Tem a tola ideia de que quer se astronauta e andar na Lua. Esquece-se que para isso precisa de certas características que comprovem a sua aptidão para o trabalho. Primeiro, tem de ficar bem de branco, e não fica. Segundo, não consegue flutuar na água quando mais no ar! Uma verdadeira anedota.
Se fosse de minha exclusiva decisão aquilo que eu seria quando fosse grande, teria de reflectir as minhas bases de pensamento. Como não encontro profissão que se adeqúe, deixo-lhe aqui um conjunto de características que se enquadram no perfil:
- quero ter uma barba branca e sábia, um peso ligeiramente acima do normal e uma estatura normal;
- a minha roupa deverá ser escura, um fato, talvez um colete, sendo que tanto um como outro terão um conjunto de bolsos bonitos onde possa colocar um redondo e dourado relógio de bolso;
- desejo encontrar a minha paz ao som de música clássica;
- a minha voz deverá ser portadora de um suave sotaque britânico e eu dispor de um cachimbo em pinho castanho;
- no fim de todas as minhas frases, deverei fazer referência ao autor que citei;
- o meu rabo será suposto adaptar-se a um sofá de couro castanho claro, que estará eternamente virado para a mesa onde me deverá ser servido, pontualmente, o chá das três.

José Pedro Cadima

segunda-feira, dezembro 15, 2008

“Sensaboria e mau gosto” - III

3. Em razão dos muitos acasos de que se compõe a nossa vida, passei há tempos uns dias em Roma. Por força da propaganda oficial, não fui capaz de deixar de visitar o Vaticano. Tive, entretanto, a sorte do Papa não se encontrar em casa.
Todavia, confesso (juro que a palavra me acudiu espontaneamente) que não foi o Vaticano que mais me impressionou na cidade mencionada. Impressionar, impressionar, propriamente dito, registo antes o trânsito caótico (e ainda há quem se queixe do Porto) e a diversidade da programação cultural televisiva: diversidade de escolha e diversidade de produtos. Talvez só um senão: o horário tardio de exibição de algumas séries, sobretudo as mais estimulantes.
Para quem, como a SIC, se pretende tão arrojada e desperta para a inovação televisiva, aqui fica a chamada de atenção. Obviamente, dada a natureza privada do canal, não se lhe exigirá tanto em matéria de qualidade, isto é, de nível cultural.”

J.C.
(reprodução parcial de crónica do autor identificado publicada no jornal Notícias do Minho de 96/05/25, em coluna regular genericamente intitulada “Crónicas de Maldizer”)

sábado, dezembro 13, 2008

Beijar-te com os meus olhos

Beijar-te com os meus olhos
Dizer-te que te amo num simples olhar
Será que o sentes?
Nas vezes que o faço
Quando apenas temos os nossos olhos
Como elemento de sedução?
Passaram cinco meses
E continuo a querer beijar-te com os meus olhos
Com a mesma intensidade de então
Às vezes, com maior intensidade
Como entregar-me a esses olhos?
Antes não o sabia fazer
Estou agora a aprender
Ainda há pouco te deixei
E já sinto vontade de beijar-te novamente com os meus olhos…

C.P.

sexta-feira, dezembro 12, 2008

“Sensaboria e mau gosto” - II

2. À míngua de melhor, parei noutro dia no «Parabéns» do Herman José. Dava-se o caso de, no programa em causa, o conhecido comediante receber a visita de um grupo de amigos (presumo) com lugar cativo numa estação concorrente. Também, ao que me disseram posteriormente, tratar-se-ia de retribuir uma visita à «noite da má-língua».
Não sendo um «fan» da SIC e, como digo, reconhecendo-me cada vez menos no papel de espectador televisivo, não entendi logo o sentido da visita (aparte a simpatia do gesto de retribuição). Só depois, quando me foi explicada a proveniência das personagens, alcancei o sentido profundo do que disseram e a razão do nome do programa em que são protagonistas principais: manifestamente, perante tamanha sensaboria e falta de arte, acredito verdadeiramente que não haja telespectador que não desabafe com meia dúzia de impropérios.”

J.C.
(reprodução parcial de crónica do autor identificado publicada no jornal Notícias do Minho de 96/05/25, em coluna regular genericamente intitulada “Crónicas de Maldizer”)

terça-feira, dezembro 09, 2008

“Sensaboria e mau gosto” - I

1. A acreditar no que me dizem os amigos (tenho pouquíssimo tempo para ler jornais e quase não vejo televisão), o grande tema de debate no país é, hoje, o referendo, nas suas múltiplas encarnações.
Pela minha parte, de todas a que acho mais interessante é a modalidade referendo regional sobre a regionalização, na versão PS. Fico especialmente curioso, a propósito, sobre os contornos dos territórios a que se poderá aplicar a consulta popular e, igualmente, sobre os termos do questionário.
Neste contexto especialmente favorável às especulações mais excêntricas, ponho-me já a imaginar um qualquer portista a declarar que nunca desejou ser outra coisa que não fosse ser um bom sportinguista.”

J.C.
(reprodução parcial de crónica do autor identificado publicada no jornal Notícias do Minho de 96/05/25, em coluna regular genericamente intitulada “Crónicas de Maldizer”)

domingo, dezembro 07, 2008

Flor sonhada

Espero, anseio que sejas tu
a flor que me devolva à vida,
o ponto de encontro onde me ache.
Há tanto tempo que procuro,
há tanto tempo que te espero
que já descria de poder encontrar-te.
Serás tu capaz de realizar os meus sonhos?
Serás tu o sonho
intenso e repousado que busco?
Seguro é ter eu um amor infinito
para dedicar-te.

José Cadima

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Podias ter tido a lua (2)

A lua cheia acordou cedo
e a primavera correu para chegar a tempo
mas, mesmo assim, foi tarde:
quando chegou, já tu tinhas destruído tudo.

Para trás pouco ficou:
fiquei eu e não muito mais;
eu, que gostava tanto, mas tanto de ti.
Percebo agora que investi demais
na nossa relação,
mesmo julgando ser tão pouco.

Agora, tenho pouco para te dar.
Podias ter-me tido como escravo.
Podias ter-me tido como teu amante,
dedicado e carinhoso.
Podias ter tido a lua, o sol e, até, o meu amor!

A lua cheia acordou mais cedo
e a primavera correu para chegar a tempo
mas, mesmo assim, foi tarde:
agora, tenho pouco para te dar!


José Pedro Cadima

quarta-feira, dezembro 03, 2008

“Quem eu gostaria que ganhasse”

“Discute-se hoje muito em Portugal o que vai acontecer em termos eleitorais em Outubro p.f., embora eu tenha dificuldade em perceber onde reside o interesse do assunto; tirando, claro está, o caso daqueles indivíduos que forem escolhidos para figurar nas listas dos partidos que vão estar representados em S. Bento.
É certo que já em tempos eu também me referi ao assunto, tendo manifestado o meu desejo de assistir à rotação das moscas. Nessa expressão de vontade, transparece muito da minha formação originária, de inspiração cristã: tal como Noé reteve dois bichos de cada espécie para sobreviverem à tempestade, piedosamente pugnei pelo direito à vida das moscas das diferentes variedades.
Os leitores mais atentos (se é que ainda os há, quero eu dizer, a espécie) terão notado, entretanto, a falta de convicção com que o fiz. Confesso que não foi em razão da descrença que mantenho relativamente aos ideais cristãos.
Se notaram, digo eu, estavam plenamente certos, uma vez que, sendo eu um sujeito de ideais, não se entendia bem a opção pelas meias-tintas; ou pelos troca-tintas, como alguns preferem dizer. Isso esclarecido, impõe-se que faça claro perante os leitores, e a nação inteira, ao fim e ao cabo, quem eu gostaria que ganhasse, realmente.
Nesse ensejo, estou também a dar o meu contributo para o esclarecimento do cidadão eleitor, que as leis eleitorais e a prática política corrente assumem não passarem de bestas que importa matraquear durante meses a fio, no sentido que, chegada a altura certa, tomem a decisão acertada.
Pois bem, a meu ver a opção a tomar não pode ser outra que não seja ficar em casa a ler descontraidamente as análises e as conjecturas eleitorais ou, melhor ainda, aproveitar o dia para ir dar uma volta a um qualquer outro lugar que não seja a senhora da asneira, isto é, neste caso, a secção de voto. Isto tudo porque eu gostaria que quem ganhasse nas próximas eleições parlamentares fosse você, caro leitor.”

J.C.
(reprodução integral de crónica do autor identificado publicada no jornal Notícias do Minho de 95/08/12, em coluna regular genericamente intitulada “Crónicas de Maldizer”)

segunda-feira, dezembro 01, 2008

“Eu votava em Salazar!” (gargalhada)

Depois de lido (duas vezes) o título deste texto, para tentar perceber quanto está mal naquela pequena expressão, o leitor deve ter-se rido um pouco e continuado para este breve parágrafo. Desde já lhe agradeço a gentileza de ter lido tamanho disparate. Como trabalho cívico, tentarei de seguida, de uma forma razoável e sem insultar ninguém, dar uma resposta às dúvidas que terá sobre como tal frase apareceu.
Num dia como tantos outros, resolvi ir a um supermercado. Fiz as minhas compras e fui pagar (até aqui tudo bem). Foi nesta altura que me deparei com uma certa senhora (sem querer insultar a palavra senhora) que estava na caixa registadora e conversava abertamente com uma amiga, certamente sem nada ter que fazer a não ser ouvir a belíssima opinião da sua confidente; opinião informada pelo ideal salazarista, como vim a saber. Dado que o bom-senso, os conhecimentos de história e certos conceitos são totalmente desconhecidos de alguns dos nossos cidadãos, eu usarei apenas a palavra “inculta” para classificar a dita senhora.
Na expressão que lhe ouvi, como resulta óbvio, é esquecido o sentido de liberdade daquilo que ela mesma está a dizer. Atendendo ao que ouvi, proponho ao Sr. Primeiro-Ministro que mande prender e censurar todos aqueles que apoiem qualquer forma de oposição, ainda que estejam mortos!
Em reacção ao que ouvi, por outro lado, peço a Deus, de cuja existência duvido, que não ressuscite nenhum senhor de nome Salazar, porque neste país a estupidez parece andar à solta. Peço, ainda, ao Ministério da Educação e a todos os cidadãos com conhecimentos mínimos de história (o nono ano, pelo menos) que colem nas paredes, por todo o lado, factos básicos sobre a história de Portugal no período salazarista. Quero, também, que sejam dadas a conhecer as razões pelas quais as pessoas não votavam nessa altura. Aparentemente, pensaria a dita senhora que é nas ditaduras que o direito de voto se afirma por excelência. Recomendaria, adicionalmente, aos supermercados que não contratassem gente com tamanha falta de conhecimento, porque em vez de trabalharem preferem veicular as suas ideologias, prejudicando gravemente a imagem das superfícies comerciais em que trabalham.
Para terminar, deixo uma sugestão inspirada no ideal salazarista sobre o destino a dar a esta gente, que tem a virtualidade de não prejudicar a restante população: porque não meter todas estas pessoas num barco do género dos do tempo dos descobrimentos (que eles gostam é desses tempos) e mandá-las por sua conta e risco para uma zona de guerra? Aí, viveriam do modo que tanto veneram e o resto da população não teria que ouvir tanto disparate. É, no meu entender, uma situação do tipo ganhador-ganhador.

José Pedro Cadima