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sexta-feira, novembro 02, 2012

sábado, junho 09, 2012

Uma lágrima

Todos os dias te vejo adormecer antes de mim… 
Espero sempre que os teus olhos fechem 
e mergulhes nos teus sonhos 
para que eu possa então chorar.
Mergulhas nos teus sonhos 

e os meus olhos ganham brilho. 
Depois, uma lágrima traça um carreiro de água salgada 
até à almofada onde tento desaparecer.


José Pedro Cadima

sábado, dezembro 18, 2010

Eu também não...

"Eu também não pretendia mudar o mundo, só não era capaz de calar a revolta ou o desconforto que me provocavam certos episódios da vida política e social local e nacional.
Depois disso, continuei a ser, a sentir assim, com a diferença que fui ficando progressivamente mais desencantado e menos esperançoso que as coisas mudassem e, mesmo, que houvesse real vontade de tornar o nosso quotidiano e o nosso futuro, como cidadãos e como portugueses, mais risonhos."

J. Cadima Ribeiro
(22 de Outubro de 2008)

quinta-feira, outubro 02, 2008

O mundo do nojo

O mundo funda-se em muita coisa. Porquê? Porque é o mundo de muita gente: o meu mundo; o teu mundo; o mundo dele; o mundo dos outros. Não há o nosso mundo, pois o meu sou incapaz de partilhá-lo seja com quem for, ou talvez tente partilhá-lo, talvez consiga partilhá-lo mas facilmente me refugio num sítio aonde ninguém consegue chegar.
O meu mundo talvez seja diferente. Talvez seja maléfico, porque muitos o achariam impossível de viver, e eu ouso dizer que não sei viver nele.
Às vezes, o meu mundo parece-me seres tu. Mas é mentira… Tu és apenas uma tempestade. Disse apenas? Queria dizer que eras o próprio tempo, uma das causas que permite ou não a vida no meu mundo.
O tempo passa com o tempo (deveria passar, não deveria?), chuva, sol, neve, nevoeiro, mas a tempestade grande és tu. Sei lá porquê! Só sei que não percebo.
Quando não eras minha, angustiava-me que o não fosses. Sentia nojo de seres doutro. Quando eras minha, incomodava-me teres sido doutro. Sentia raiva de não teres sido minha, primeiro. Quando passares a ser novamente de outro, sentirei nojo de teres sido minha e de seres de outro, depois.
Sinto nojo de mim mesmo por pensar assim. Sinto-me nojento por ter desejado partilhar alguma coisa contigo. Incomoda-me ter tido alguma ligação a ti e, ao mesmo tempo, sinto-me mal por ter-te deixado fugir. Repito: sinto nojo por pensar assim!
Sinto nojo de mim por ter um orgulho fugidio quando o assunto és tu. Parece que ele se esconde. Parece que se abaixa para te deixar passar por cima de mim. Parece que gosta de se mostrar naqueles momentos em que te faço mal e, por isso, sinto nojo de mim. Mete-me nojo o meu orgulho. Mete-me nojo o meu orgulho pela forma como me rebaixa perante mim e te magoa a ti. Desgosta-me gostar tanto de ti. Desgosta-me pensar e sentir assim.
Metes-me nojo por pensares assim. Pensar como tu pensas, ver as coisas como tu vês, mete-me nojo… Pura e simplesmente, mete-me nojo. Mete-me nojo a maneira como inclinas a cabeça. Parece que nada do que te digo está certo ou, às vezes, parece que estará certo demais. Mete-me nojo não estar certo. Mete-me ainda mais estar. Enjoa-me querer-te e enjoa-me não te querer. Sinto insuportável esta confusão.
É seguro que não estamos apaixonados… Isso faz-me sentir o que já sabemos mas, por dentro, o sentimento é tão de compaixão, tão à mesma de desejo, tão pouco do género fazer tudo à volta brilhar que não pode deixar de me desgostar, de me enojar. Essa é a realidade que não precisa de ser imaginada.
No fundo… tudo me mete nojo. Mete-me nojo amar-te. Mete-me nojo achar que tudo acabou. Mete-me nojo pensar em recomeçar. Mete-me nojo o meu orgulho, o teu pensamento, as minhas maneiras, as tuas maneiras. Mete-me nojo a nossa amizade. Mete-me nojo aquilo em que ela se fundamenta, que, porventura, será no nojo.
Porque é não há o nosso mundo?

José Pedro Cadima

quarta-feira, outubro 01, 2008

Lamento ter-te desapontado...

"Lamento ter-te desapontado. Eu sabia que esse era um risco sério. Não é que eu não goste de doces, mas gosto apenas de alguns. De ti, por exemplo."

José Cadima

sexta-feira, setembro 05, 2008

Tu

Senti-me mal. Pensei até chorar. Não era capaz: tinha aprendido a não o fazer.
Decidi tomar um banho. A água morna acalmou-me. Relaxou-me cada músculo anteriormente preparado para rebentar. Mas não chegava.
Fui à casa de banho buscar um pente. O pente deslizou-me sobre os cabelos encaracolados. Arrancou montes deles.
Penteei o cabelo para à frente, para me tapar os olhos. Aos poucos, as pontas encaracolaram-se para cima e deixaram ver a minha cara novamente.
Continuo sob pressão. Se não gritar, reterei tudo dentro de mim. Se gritar, serei egoísta.
Decidi masturbar-me. Não tenho vontade, não tenho desejo. Apenas quero libertar a tensão.

José Pedro Cadima

quarta-feira, agosto 13, 2008

Desaparecer

Desaparecer: quantas vezes não desejamos nós isso?
Um desejo repentino, surgido após uma cena desastrosa. Quando tudo acontecer, não é aqui que quero estar. Quando tudo se revelar, não quero existir.
Querer desaparecer mantém-nos acordados à noite, muitas vezes. Tentar fechar os olhos ao dia de amanhã. Tenho medo, não sei o que me reserva o dia de amanhã.
Um olhar sobre a vida. Memórias que nos fazem ferida, que nos dão vontade de desaparecer.

Vi-te um dia e decidi que te queria. Tu decidiste não me querer, da mesma maneira. Tive então vontade de desaparecer.
Culpo-te a ti e a todos por me terem dado essa vontade. Vi cada dia passar e dizer-me que tinha fracassado. Ou desapareço ou choro! Chorei.

Escolheste outro. Tu e o outro. Eu e a dor.

Todos os dias te vejo adormecer antes de mim… Espero sempre que os teus olhos fechem e mergulhes nos teus sonhos para que eu possa então chorar.
Mergulhas nos teus sonhos e os meus olhos ganham brilho. Depois, uma lágrima traça um carreiro de água salgada até à almofada onde tento desaparecer.

Tenho na memória a rejeição, o dia em que preferiste outro, os carinhos que perdi. Agora, que te tenho, só falta mesmo fazer desaparecer os parágrafos que surgem acima.
Apagá-los será fácil. Difícil será apagar da minha memória os dias tristes, os dias em que faltaste.

José Pedro Cadima

quinta-feira, agosto 07, 2008

Frases soltas

«Se te estás a referir à "crónica de maldizer" que publiquei hoje no meu blogue (em 2 deles), devo confessar-te que é mesmo da autoria de J. C., e não minha, isto é, não é da autoria do signatário desta mensagem, que, como podes comprovar, não assina assim. Tive o privilégio de aceder a uma cópia dos referidos textos, o que me permite publicar um ou outro, de vez em quando.
Estava longe de imaginar que o comentário era teu. É um comentário perspicaz. Tirando a referência ao António Barreto, poderia subscrevê-lo sem reservas.»
.
J. Cadima Ribeiro

domingo, abril 13, 2008

Memória de uma data especial


Decidi publicar esta foto para comemorar uma ocasião muito especial.

Peço desculpa por ser parco nas palavras mas estou sem tempo.

"Ai achado!
Meu coração-agulha, qual bússola,
aponta para ti."

José Pedro Cadima