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domingo, março 10, 2013

Quem sou (hoje aqui)?

Em busca de reconhecimento,
sem nada ter feito.
Em busca de futuro,
tendo-te dado tão pouco.
Hoje aqui,
amanhã num qualquer lugar remoto.

Quero ser tanto na vida
que me esqueço de quem sou.

José Pedro Cadima

terça-feira, fevereiro 26, 2013

Das coisas mais e menos prosaicas

[José Pedro Cadima] "Estando habituado a ler livros em que médicos, historiadores e profissionais de diversas profissões se aventuraram na escrita de ficção, nem mesmo a circunstância de ter decidido dedicar-se ao estudo da Economia, porventura uma ciência mais enfeudada ao tratamento de questões mais prosaicas da vida em sociedade, o levou a desistir da escrita de textos poéticos e ficcionais."

(excerto de nota biográfica produzida há uns quantos anos)

quinta-feira, setembro 27, 2012

Lembrando: "À chuva"

Sempre a meu lado,
vais à chuva,
sempre à chuva!

E eu, pelo guarda-chuva
coberto e liberto
e, no entanto, preocupado.
Porque vais à chuva?

José Pedro Cadima

terça-feira, julho 31, 2012

Ainda: "Vermelho-consequência"

De vermelho-consequência
cobre-se quem dá importância
à própria ilusão da imagem.

São seres marcados nas pernas
com queimaduras de cera
e com os braços cobertos
de pêlos grossos, lilases.

Confundem-se com o real!
Confundem o real.

São seres de olhos vermelho-verde,
de lábios vermelho-rosa,
de faces num tom vermelho-azul,
e sem noção da relação causa-consequência.

Confundem-se com o real!

José Pedro Cadima

segunda-feira, julho 02, 2012

Gargalhadas amargas (+)

Na mesma medida em que anseio o frémito
desta terra de oportunidades,
rejeito-lhe a iniquidade,
a mesquinhez que grassa.
Daí que sejam amargas
as gargalhadas que por vezes liberto.


José Pedro Cadima

quinta-feira, junho 28, 2012

Sight* (2)

A evolução é um processo de tentativa e erro. Visa a perfeição e é construída tentando contornar defeitos e passos errados múltiplos que se vão dando, continuadamente. É nesse princípio que busco inspiração para o meu crescimento, ensaiando dar passos em frente, aceitando, mal, os passos atrás.

Esta aprendizagem tem momentos penosos, assaz penosos. É o custo da aproximação ao transcendente, que não é já ali, tanto quanto desejava que fosse.
Vou no bom caminho, acredito. Hei-de lá chegar. Vale-me a crença! 

José Pedro Cadima

segunda-feira, junho 25, 2012

Ser perfeito (2)

Ai, meu bom amigo, que nem a tua presença me faz sentir melhor. É como se fosse mau ter emoções. Se não sentisse nada, seria Deus na terra.
Nesse passo para ser Deus, a minha sabedoria é já quase infinita, e as minhas considerações sempre justas.
Neste entretanto, pena tenho eu de não ser perfeito, o que torna isto de viver um grande desafio. Resta-me a consolação de estar no bom caminho.


José Pedro Cadima 

sábado, março 26, 2011

Maré (II)

Eras a onda que me embalava.
Eras a maré com que me debatia.
Eras o meu tormento
e o derradeiro prémio.
Estranguladora e libertadora,
eras a morte da minha criatividade,
a minha paz eterna.

José Pedro Cadima

terça-feira, dezembro 21, 2010

À chuva

Sempre ao meu lado,
vais à chuva,
sempre à chuva.
E eu, coberto por guarda-chuva
que ora me parece real
ora se me oferece imaginário,
enquanto a minha mente deambula
por paragens eternamente soalheiras,
pergunto-me:
porque vais à chuva?

José Pedro Cadima

quinta-feira, setembro 16, 2010

Vontade (II)

Vontade é voltar a escrever. Vontade é fugir à rotina; fugir...
Desgraçadamente, vontade de escrever é coisa que não tenho. Pior: não tenho mesmo vontade de outra coisa que não seja partir para longe, fugir…
E vendo a vida correr, sobressaltado, dou um salto: tau – bato com a cabeça no céu, que, não parecendo, estava ali tão perto.
É como ter vontade de voar e não ter asas, ainda que, neste caso, isso pouco importe porque nem essa vontade me assiste.
Fugir? Regressar? Fugir?

José Pedro Cadima

terça-feira, setembro 14, 2010

Quem sou? (II)

Em busca de reconhecimento
sem nada ter feito.

Em demanda da linha do horizonte
não ousando apressar o passo.

Em busca do Olimpo
descrendo dos deuses.

Quero ser tanto na vida
que me esqueço de quem sou.


José Pedro Cadima

quinta-feira, agosto 26, 2010

Tons preto e branco (II)

Cresce-se a pouco e pouco,
com saltos de permeio.
Viver é vibração, intensidade,
tontura, frustração, desapontamento,
muita frustração e alguma expectativa.
Momentos há, ainda, em que se sente
e não se entende
o porquê da música no ar.

É assim que eu vejo a vida,
embora talvez seja só eu que entenda as coisas assim.
Neste alvoroço,
vou aprendendo a abraçar as diversas almas
que me vão assombrando.

Em razão dos olhos que tenho,
é assim que eu vejo a vida.
Porventura, por serem tão escuros,
levam-me a que veja tudo ao som de música
e em tons preto e branco.

Se as imagens me chegam a preto e branco,
já a música é corrida,
“alegro” poucas vezes,
melancólica noutras vezes
e triste em muitas ocasiões.
Momentos há em que sinto
e não entendo
o porquê da música no ar.

José Pedro Cadima

domingo, março 14, 2010

O passo seguinte (2)

Não é por caminharmos
que se dá a nossa evolução.
Não é por apressarmos o passo
que vamos mais longe.

É porque imaginamos
o passo seguinte.
É porque projectamos
uma trajectória para diante.

Sentir medo
mas sentir-lhe o apelo;
ousar seguir caminho.

Materializado o primeiro passo,
está esboçada a oportunidade de dar outros.
Evoluímos quando somos capazes
de projectar o passo seguinte
ancorados na materialidade do passo antecedente.

José Pedro Cadima

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Ser perfeito

Ai, meu bom amigo, que nem a tua presença me faz sentir melhor. É como se fosse mau ter emoções. Se não sentisse nada, seria deus na terra.
Nesse passo para ser deus, a minha sabedoria é já quase infinita, e as minhas considerações sempre justas.
Neste entretanto, pena tenho eu de não ser perfeito, o que torna isto de viver um grande desafio.

José Pedro Cadima

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Resíduo

O amor é
um elemento residual.
O que nos junta
é o vício e o conforto.

O amor é
um sentimento maldito:
reclama de nós entrega,
esconde dor.

Perscrutando o horizonte,
não te enxergo.
Admito que andes por aí,
resíduo…

José Pedro Cadima

quinta-feira, janeiro 21, 2010

Sight*

A evolução é um processo de tentativa e erro.Visa o primoroso e é construída tentando contornar defeitos e passos errados múltiplos que se vão sucedendo. É nesse princípio que busco inspiração para o meu crescimento, ensaiando dar passos em frente, aceitando, mal, os passos atrás.
Tem momentos penosos esta aprendizagem. É o custo da aproximação que prossigo ao transcendente, que não é já ali, tanto quanto desejava que fosse.
Vou no bom caminho, acredito. Vale-me a crença!

José Pedro Cadima

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Choraste

Maldita a hora em que choraste.
Lá se foi toda a minha raiva

e as palavras cruéis
que tanto queria atirar-te.

Lá se foi o pânico
que me suscitava a ideia de perder-te.


Porque me sinto vivo
quando cuido de ti?
Porque sou eu segundo
neste mundo em que tu habitas?

José Pedro Cadima

domingo, janeiro 10, 2010

Doente

Sinto-me doente
e nem sei bem que doença me aflige.
Será o meu mal-estar resultante das emoções
que vou experimentando quotidianamente,
amargas, muitas delas?
Será porque erro quando julgo estar próximo do sucesso?
Ou vem-me a dor de sentir-me dilacerado?
Que estou doente, isso é certo!

José Pedro Cadima

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Momentos felizes: quem os não tem em falta?

É verdade que tenho
muitos momentos felizes.
É verdade que muita da minha tristeza
decorre da falta dos momentos
que simplesmente não tenho
e me fazem uma falta imensa.

Quando me arrependo
de não os ter,
faço mal a mim mesmo.
Faço mal a mim mesmo, digo,
por saber que tenho todos aqueles momentos
que a outros fazem realmente falta.

José Pedro Cadima

domingo, janeiro 03, 2010

Gargalhadas amargas

O mundo agita-se, roda
e o que eu mais quero é sossego.
Se a agitação é própria do prazer que é a vida,
a tranquilidade não o é menos.

Sentir, sofrer, amar!
Eu sou só um,
e se a agitação me estimula
também me embriaga
e me tortura.
Na mesma medida em que anseio o frémito
desta Terra de oportunidades,
rejeito-lhe a inequidade,
a mesquinhez que grassa.
Daí que sejam amargas
as gargalhadas que por vezes liberto.

José Pedro Cadima