segunda-feira, agosto 23, 2010

Longe e perto

Longe, outra vez,
fico mais perto de mim,
e com mais espaço para deixar fluir o pensamento.
Longe e perto, outra vez.
Que bom é partir!
Que bom é regressar!

Noutros tempos, partir era certeza
de evasão do quotidiano,
ânsia de chegar,
onde a sensação de diferente, de novo,
me permitia alcançar a serenidade
que o dia-a-dia me roubava.
Hoje, perdi essa capacidade de abstracção
e, talvez, a vontade de começar de novo.
Nos tempos que correm, encontro-me a espaços,
ausento-me esparsamente,
e sorrio mais episodicamente, ainda.

Talvez o sorriso que me reste sejas tu.
Talvez sejas tu a razão que me ficou para regressar
e, porventura, também para partir,
fazendo da viagem um ponto de encontro.
Longe e perto, outra vez.


José Cadima

4 comentários:

Anónimo disse...

lindo poema,
mas mostra desilusão.
a vida tem disto.

Anónimo disse...

nao é desilusao, é desalento.
ninguem sabe viver serenamente com os outros sem o saber fazer (serenamente) consigo.
A única pessoa que podemos mudar é a nós próprios, K, mas dá um trabalho do caraças, lá isso dá. Mas era porreiro, pa´, ve-lo mais alegre, mais confiante na vida, lá isso era.

Anónimo disse...

caro leitor/a
são as duas coisas,
desilusão e desalento.
as coisas nem sempre são como
esperamos.
a vida é assim,
cheia de altos e baixos.
nem sempre são outros os culpados.

Anónimo disse...

chegamos a uma idade na vida,
que gostaria-mos de ter paz,
por vezes acabamos por
fazer escolhas erradas.
em vez de tentarmos compor as coisas com o parceiro,
de definir objectivos comuns,
de ter uma relação de companheirismo.
escolhemos outro caminho,optamos pela roptura.
nem sempre é o mais certo,
acabamos por não ter nada.