Minha Querida Helena,
Decorreram entretanto muitos dias desde a derradeira ocasião em que os meus olhos repousaram nos teus; correram muitos mais desde a última vez em senti o teu peito apertado contra o meu; passou ainda mais desde o dia em que ... Tanto tempo, meu amor! Quantas saudades.
Neste penar, questiono-me se as tuas saudades serão tão grandes quanto as que eu levo de ti e duvido. Duvido porque, se o fossem, não estarias tanto tempo sem mim ou, porventura, essa é a forma que encontras de me fazer sentir quão escravo eu estou deste amor, quer dizer, de ti. Liberta-me, querida, dessas amarras. Deixa-me fluir para os teus braços.
Nesta distância, questiono-me por onde andarás, que razões te movem, que novo amor te prenderá. Ou será um velho amor a quem retornas? Sei de quanto valor simbólico está rodeado um primeiro amor; sei que o tempo passado lhe renova o encanto e as virtudes; sei que foi com ele que viste pela primeira vez um certo mundo. Sei, todavia, que há um tempo que se esgota e, daí, a esperança que me anima: o ânimo de, a breve trecho, poder repousar os meus nos teus olhos, de envolver-te num abraço longo, longo ... Quem me dera ter sido esse teu primeiro amor; quem me dera tê-lo sido e sê-lo ainda e sempre.
“Olá menina, quero tratar de
ti ... Acredita que nunca me senti assim ...Chega só um pouco perto de mim.
Faz-me rir e eu prometo que não te farei chorar”
José Cadima
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