domingo, janeiro 03, 2010

Gargalhadas amargas

O mundo agita-se, roda
e o que eu mais quero é sossego.
Se a agitação é própria do prazer que é a vida,
a tranquilidade não o é menos.

Sentir, sofrer, amar!
Eu sou só um,
e se a agitação me estimula
também me embriaga
e me tortura.
Na mesma medida em que anseio o frémito
desta Terra de oportunidades,
rejeito-lhe a inequidade,
a mesquinhez que grassa.
Daí que sejam amargas
as gargalhadas que por vezes liberto.

José Pedro Cadima

9 comentários:

Anónimo disse...

Sossego todos queremos,
Muito em especial a Paz

Anónimo disse...

Pois é Pedro

A vida é mesmo assim, mas o poder de ver as coisas de outra forma está em cada um de nós.
Espero que o tempo o ajude a destrinçar melhor o que vale a pena incomodá-lo. A má notícia é que vai ter que passar por tudo para dar valor ao que vale a pena incomodá-lo. Confuso, não?...
O nosso poder está na nossa mente, mas só alguns conseguem operacionalizá-lo de forma a proporcionar uma melhor qualidade de vida.

Anónimo disse...

Caro leitor.
Nem tudo está na mente, muitas coisas são mesmo reais.
A forma de se ver as coisas, muda de pessoa para pessoa.
Nem todas têm o poder de alterar, seja o que for.
Não sejamos ingénuos.
É como acreditar em contos do vigário.

Anónimo disse...

Olá Pedro

Na minha perspectiva, não podemos ver o mundo de forma tão negra, pois corremos o risco de ele nos "engolir". Eu já vi o mundo de forma muito negra, mas aprendi a aceitar que a humanidade não tem solução, mas que ainda vamos a tempo de mudar um pouco o mundo à nossa escala e acreditar nalgumas pessoas que nos rodeiam. Há pessoas boas neste mundo!
As coisas tornam-se reais (e estou a falar de sentimentos, afectos, ...) porque a nossa mente nos leva a fazê-las, a senti-las. O coração é apenas um músculo que bate e nada mais é. O cérebro é que comanda tudo!
A sua resposta dá-me alguma razão, pois diz "Nem tudo está na mente (...)". Nem tudo, mas quase tudo.
Mesmo grande parte das doenças (tirando algumas do foro genético e mesmo essas podem surgir mais cedo na nossa vida se vivermos mal connosco próprios ou se tivermos uma vida com baixa qualidade) resultam do que "deixámos" que ocupasse a nossa mente por um período de tempo mais ou menos longo. O que é o stress e o mau-estar, sobretudo psicológico(causadores, por si só de tantas doenças), senão a nossa incapacidade para gerir o nosso tempo e arrumar na nossa mente o que é prioritário e importante na nossa vida?! O que é o stress e a amargura da vida, senão a dificuldade em nos contentarmos com o que temos?!
Não me considero uma pessoa ingénua neste domínio. Porventura, sou-o noutros domínios e nesses até gosto de o ser...
Considero que estou a adquirir, finalmente, a capacidade para alterar o meu presente e o meu futuro. E isso só se consegue quando percebemos que a maior parte dos seres humanos não presta (dado adquirido), mas que há algumas pessoas que são honestas, sinceras, frontais, que podem ser nossas amigas e são essas que devemos manter no rol das nossas amizades.
Claro que nem todas têm o poder para alterar a sua vida, mas o Pedro é uma das pessoas que o pode fazer. Basta querer... Demora algum tempo, mas vai acabar por o conseguir se o quiser. Se quiser fazer comece por fazer uma lista das qualidades que tem e quando estiver em baixo olhe para elas e "assimile-as"...

Anónimo disse...

Caro leitor.
Não tenha essa ideia,
de conseguir mudar o mundo.
É mais provável o mundo mudá-lo a si.
Quanto ao poder da mente, realmente é imenso.
Mas acredite que existem problemas fisicos reais, muito graves.
A mente não consegue alterá-los.
Quem acreditar, sómente na mente, está-se a enganar a si próprio.
Existem listas de problemas físicos, uns genéticos, outros não, são adquiridos.
Como refere que o cerebro comanda tudo, também deve referir lesões no mesmo.
E que faz o poder da mente a esse respeito?
Nada.

Anónimo disse...

Caro(a) leitor(a)

Fiquei agora com a certeza de que não foi o autor dos versos, o Pedro Cadima, que comentou "o meu comentário".
Fico, no entanto, muito contente por ter "leitores" e "comentadores" dos meus comentários.
Também já fui uma pessoa tão negativa quanto o revela ser. Felizmente, o tempo fez-me mudar de perspectiva e conseguir mudar um pouco o mundo que está à minha volta. Dá muito trabalho e tira-nos muito tempo, não é verdade, isto de tentar mudar um pouco o mundo?...
Quando descobrimos que somos fortes, depois de termos passado por dores físicas violentas, doenças graves ou situações muito difíceis (por todas elas já eu passei), dificilmente o mundo tem capacidade para nos mudar.Somos nós que vamos conseguindo mudá-lo, ainda que lentamente. Isto se aprendermos com tudo aquilo por que passámos. Há outros(as) que enveredam por outros caminhos mais negativos e mais fáceis e não conseguem sair do fundo do poço.
Apareça mais vezes. Cá estarei para lhe falar...

Anónimo disse...

Caro leitor
Não me considero estar no fundo do poço.
No entanto tenho experiência suficiente, para poder falar.
Alguns estão no fundo do poço, não por doenças, não por problemas da mente, mas sim, pelo simples facto de não tratarem bem quem os rodeia.
Desta forma, ninguêm se quer aproximar para lhe deitar a mão.
Ficam receosos de o fazer.
Não vejo tudo negro, mas confronto-me diáriamente com situações muito negativas, não comigo, mas sim com terceiros.
Durante anos pensei que as pessoas eram boas, infelizmente enganei-me, nem todas são.

Anónimo disse...

Caro(a) leitor(a)

Então somos duas pessoas que fazemos uma leitura próxima da realidade, ou seja, acreditamos que a maior parte dos seres humanos não presta, porque a maior parte quer poder, é pouco compreensivo e não aceita opiniões e posturas diferentes. No entanto, o leitor(a) e eu optámos por encarar a vida de forma diferente.
Mas não entendo o que quer dizer com: "Alguns estão no fundo do poço, não por doenças, não por problemas da mente, mas sim, pelo simples facto de não tratarem bem quem os rodeia." Não queria dizer "(...), mas sim, pelo simples facto de não serem bem tratados por quem os rodeia"?
Eu aprendi que se nos entregarmos aos outros, se os ouvirmos, temos, mais tarde ou mais cedo, de volta carinho e compreensão. Vale a pena
tentar. Demorei muitos anos a entendê-lo. Nos últimos 2 anos tenho conseguido.
Nós conseguimos que nos dêem na mesma medida em que damos.

Anónimo disse...

Caro leitor
Não são a maior parte das pessoas que não prestam, mas uma grande parte.
Muitas vezes somos compreensivos, com uns e não o somos com outros, porquê?
Não usamos a mesma «bitola» para todos.
Um grande erro humano.
Não damos oportunidade de nos mostrarem o que valem, nem o que realmente são.
Dessa forma recebemos na mesma medida.
Mas a título de conclusão,
as pessoas valem mais do que as coisas, do que o poder, do que o estatuto.
Sejamos francos, muitas vezes damos importância, a coisas materiais, que pouco valem, esquecemo-nos das pessoas.
Para mim as pessoas valeram sempre mais do que qualquer outra coisa.
No entanto, podemos cair no engano, e essas mesmas pessoas só nos verem como um trampolim para atingir objectivos, não por carinho.
Repare, quantos jogos se fazem, quantas mentiras, para chegar ao destino pretendido.
Existem realmente pessoas no fundo do poço, algumas por sua própria culpa, algo fizeram com pouca dignidade, outros não gostaram.