quarta-feira, março 25, 2009

Sonhos a Um Espelho: texto base das sessões de apresentação do livro (I)

«1. Muito Obrigado à Papiro Editora pela colaboração prestada para tornar este projecto real, à [...] pela cedência do espaço para esta apresentação deste meu livro, e a todos os que quiseram associar-se a este acto por estarem aqui presentes.
2. Se dissesse que não pensei no que diria aquando deste momento, estaria a mentir. Especialmente a partir da altura em que comecei a distribuir convites, a minha principal preocupação foi o que dizer a quem decidisse despender algum do seu tempo para estar aqui nesta apresentação promocional. Por isso, vos agradeço e, estando aqui para me incentivar e ouvir, decidi aproveitar o privilégio da vossa presença para vos dizer algo suficientemente elaborado que não defraudasse a vossa expectativa. Vamos ver se o consigo.
Embora possam já ter ouvido noutras cerimónias similares e possa parecer um cliché aquilo que vos vá dizer, não é minha intenção que tal aconteça. Para quem está deste lado, há um sentimento que, de alguma forma, condiciona o número de palavras a usar.
3. Como alguns de vocês saberão, comecei a escrever quando andava no meu nono ano. Hoje, ando no segundo ano da licenciatura em Economia, na Universidade do Minho. O Percurso que fiz não foi de nenhuma forma linear. Vivi com alguma força os sentimentos de paixão adolescente de que o meu livro dá testemunho. Este livro é uma colectânea de vários textos que tenta representar esse percurso, em especial os momentos mais relevantes.
4. Sem pretender maçar-vos, proponho-vos agora que oiçam alguns dos poemas que podem encontrar no livro. Dessa forma, poderão estabelecer a conecção entre o livro e a minha vida de que vos falo. Ainda assim, e dado que a maioria dos poemas no livro são de amor, não querendo tornar este diálogo pesado, decidi ler só um poema focado no amor, do último capitulo deste “Sonhos a Um Espelho”.
Perdoem-me, mas como não consigo decorar absolutamente nada. Terei que ler.
Poema 1:

Poemas
Queria escrever algo
de corpo e alma,
que ganhasse asas,
que pudesse voar.
Queria escrever algo
que me transportasse para lá do efémero,
mas fui apenas capaz de alimentar pensamentos
que me lembram abandono
e trazem tormento.
.
Este poema não é do tipo dos mais comuns de se encontrar no primeiro capítulo, mas é talvez a primeira vez que coloco dentro da minha concepção de abandono a escrita como sua oposição. Ainda que, nesta fase, o desespero ou a paixão estivessem sempre presentes.
[...]»
José Pedro Cadima

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