“Discute-se Braga, critica-se a gestão da cidade e, amiúde, esquecemo-nos que a construção da cidade é obra de todos; esquecemo-nos de nos questionar sobre o caos do tráfego urbano que ajudamos a cultivar, a falta de limpeza resultante de tantos pequenos gestos denunciadores de pouco espírito cívico, a mesquinhez de atitudes que desfiguram, desqualificam o ambiente e o ordenamento urbanos.
Indignamo-nos com a «praia das Sapatas» e alheamo-nos da evolução da construção do Museu D. Diogo de Sousa; criticamos a construção de silos automóveis no centro histórico e ignoramos a sustentabilidade da vida económica, social e a própria potencialidade de salvaguarda do mesmo centro histórico; questionamos a intervenção pública a nível de equilíbrio entre espaço construído e espaço lúdico e a qualidade da manutenção deste no nosso bairro e vamos despejar os nossos lixos na estrada do Picoto, nos acessos à Falperra ou ao Bom Jesus.
Claramente, falta-nos ser bons cidadãos; falta-nos começar por saber questionar-nos a nós antes de nos arrogarmos o direito de criticar os outros. E os políticos, a gestão camarária, a oposição? Perguntar-se-á.
Esses são também cidadãos, iguais aos restantes, e não espantará por isso que façam e/ou defendam os mamarrachos. No final, face à crítica, existe sempre disponível o argumento da subjectividade do valor estético.”
J.C.
Indignamo-nos com a «praia das Sapatas» e alheamo-nos da evolução da construção do Museu D. Diogo de Sousa; criticamos a construção de silos automóveis no centro histórico e ignoramos a sustentabilidade da vida económica, social e a própria potencialidade de salvaguarda do mesmo centro histórico; questionamos a intervenção pública a nível de equilíbrio entre espaço construído e espaço lúdico e a qualidade da manutenção deste no nosso bairro e vamos despejar os nossos lixos na estrada do Picoto, nos acessos à Falperra ou ao Bom Jesus.
Claramente, falta-nos ser bons cidadãos; falta-nos começar por saber questionar-nos a nós antes de nos arrogarmos o direito de criticar os outros. E os políticos, a gestão camarária, a oposição? Perguntar-se-á.
Esses são também cidadãos, iguais aos restantes, e não espantará por isso que façam e/ou defendam os mamarrachos. No final, face à crítica, existe sempre disponível o argumento da subjectividade do valor estético.”
J.C.
(reprodução parcial de crónica do autor identificado publicada no jornal Notícias do Minho de 95/03/04, em coluna regular genericamente intitulada “Crónicas de Maldizer”)
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