“3. Em razão dos muitos acasos de que se compõe a nossa vida, passei há tempos uns dias em Roma. Por força da propaganda oficial, não fui capaz de deixar de visitar o Vaticano. Tive, entretanto, a sorte do Papa não se encontrar em casa.
Todavia, confesso (juro que a palavra me acudiu espontaneamente) que não foi o Vaticano que mais me impressionou na cidade mencionada. Impressionar, impressionar, propriamente dito, registo antes o trânsito caótico (e ainda há quem se queixe do Porto) e a diversidade da programação cultural televisiva: diversidade de escolha e diversidade de produtos. Talvez só um senão: o horário tardio de exibição de algumas séries, sobretudo as mais estimulantes.
Para quem, como a SIC, se pretende tão arrojada e desperta para a inovação televisiva, aqui fica a chamada de atenção. Obviamente, dada a natureza privada do canal, não se lhe exigirá tanto em matéria de qualidade, isto é, de nível cultural.”
J.C.
Todavia, confesso (juro que a palavra me acudiu espontaneamente) que não foi o Vaticano que mais me impressionou na cidade mencionada. Impressionar, impressionar, propriamente dito, registo antes o trânsito caótico (e ainda há quem se queixe do Porto) e a diversidade da programação cultural televisiva: diversidade de escolha e diversidade de produtos. Talvez só um senão: o horário tardio de exibição de algumas séries, sobretudo as mais estimulantes.
Para quem, como a SIC, se pretende tão arrojada e desperta para a inovação televisiva, aqui fica a chamada de atenção. Obviamente, dada a natureza privada do canal, não se lhe exigirá tanto em matéria de qualidade, isto é, de nível cultural.”
J.C.
(reprodução parcial de crónica do autor identificado publicada no jornal Notícias do Minho de 96/05/25, em coluna regular genericamente intitulada “Crónicas de Maldizer”)
1 comentário:
Caro J.C.
Também eu já visitei Roma, penso que um pouco depois da sua visita e o que me impressionou mais foi o Vaticano e a Basílica de S. Pedro. A surpresa foi tão grande (senti-me mal com tamanha luxúria na ornamentação) que me fez desacreditar de vez na religião. Provavelmente ela continuará a existir para os ignorantes.
Nestes pouco mais de 10 anos que passaram apenas terá mudado o Papa. Na realidade, entre outras coisas, este parece-me bastante mais fundamentalista do que o anterior...o que não me agrada nada.
Quanto ao trânsito caótico, também o senti e até me diverti num dos dias a observar durante mais de 30m as estratégias de "safanço", até por parte da polícia que não se ensaiava nada em passar a viatura por cima dos passeios. Mas, desculpe, não posso concordar que faça uma analogia com a cidade do Porto... O risco de se ser atropelado é muito baixo lá pelo Porto...ao contrário de Roma... e que eu saiba por cá ainda andam de capacete nas motas e os carros da polícia passam ao largo dos passeios...
Adivinho que não deve ser muito fã dos portuenses...
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