Depois de lido (duas vezes) o título deste texto, para tentar perceber quanto está mal naquela pequena expressão, o leitor deve ter-se rido um pouco e continuado para este breve parágrafo. Desde já lhe agradeço a gentileza de ter lido tamanho disparate. Como trabalho cívico, tentarei de seguida, de uma forma razoável e sem insultar ninguém, dar uma resposta às dúvidas que terá sobre como tal frase apareceu.
Num dia como tantos outros, resolvi ir a um supermercado. Fiz as minhas compras e fui pagar (até aqui tudo bem). Foi nesta altura que me deparei com uma certa senhora (sem querer insultar a palavra senhora) que estava na caixa registadora e conversava abertamente com uma amiga, certamente sem nada ter que fazer a não ser ouvir a belíssima opinião da sua confidente; opinião informada pelo ideal salazarista, como vim a saber. Dado que o bom-senso, os conhecimentos de história e certos conceitos são totalmente desconhecidos de alguns dos nossos cidadãos, eu usarei apenas a palavra “inculta” para classificar a dita senhora.
Na expressão que lhe ouvi, como resulta óbvio, é esquecido o sentido de liberdade daquilo que ela mesma está a dizer. Atendendo ao que ouvi, proponho ao Sr. Primeiro-Ministro que mande prender e censurar todos aqueles que apoiem qualquer forma de oposição, ainda que estejam mortos!
Em reacção ao que ouvi, por outro lado, peço a Deus, de cuja existência duvido, que não ressuscite nenhum senhor de nome Salazar, porque neste país a estupidez parece andar à solta. Peço, ainda, ao Ministério da Educação e a todos os cidadãos com conhecimentos mínimos de história (o nono ano, pelo menos) que colem nas paredes, por todo o lado, factos básicos sobre a história de Portugal no período salazarista. Quero, também, que sejam dadas a conhecer as razões pelas quais as pessoas não votavam nessa altura. Aparentemente, pensaria a dita senhora que é nas ditaduras que o direito de voto se afirma por excelência. Recomendaria, adicionalmente, aos supermercados que não contratassem gente com tamanha falta de conhecimento, porque em vez de trabalharem preferem veicular as suas ideologias, prejudicando gravemente a imagem das superfícies comerciais em que trabalham.
Para terminar, deixo uma sugestão inspirada no ideal salazarista sobre o destino a dar a esta gente, que tem a virtualidade de não prejudicar a restante população: porque não meter todas estas pessoas num barco do género dos do tempo dos descobrimentos (que eles gostam é desses tempos) e mandá-las por sua conta e risco para uma zona de guerra? Aí, viveriam do modo que tanto veneram e o resto da população não teria que ouvir tanto disparate. É, no meu entender, uma situação do tipo ganhador-ganhador.
José Pedro Cadima
Num dia como tantos outros, resolvi ir a um supermercado. Fiz as minhas compras e fui pagar (até aqui tudo bem). Foi nesta altura que me deparei com uma certa senhora (sem querer insultar a palavra senhora) que estava na caixa registadora e conversava abertamente com uma amiga, certamente sem nada ter que fazer a não ser ouvir a belíssima opinião da sua confidente; opinião informada pelo ideal salazarista, como vim a saber. Dado que o bom-senso, os conhecimentos de história e certos conceitos são totalmente desconhecidos de alguns dos nossos cidadãos, eu usarei apenas a palavra “inculta” para classificar a dita senhora.
Na expressão que lhe ouvi, como resulta óbvio, é esquecido o sentido de liberdade daquilo que ela mesma está a dizer. Atendendo ao que ouvi, proponho ao Sr. Primeiro-Ministro que mande prender e censurar todos aqueles que apoiem qualquer forma de oposição, ainda que estejam mortos!
Em reacção ao que ouvi, por outro lado, peço a Deus, de cuja existência duvido, que não ressuscite nenhum senhor de nome Salazar, porque neste país a estupidez parece andar à solta. Peço, ainda, ao Ministério da Educação e a todos os cidadãos com conhecimentos mínimos de história (o nono ano, pelo menos) que colem nas paredes, por todo o lado, factos básicos sobre a história de Portugal no período salazarista. Quero, também, que sejam dadas a conhecer as razões pelas quais as pessoas não votavam nessa altura. Aparentemente, pensaria a dita senhora que é nas ditaduras que o direito de voto se afirma por excelência. Recomendaria, adicionalmente, aos supermercados que não contratassem gente com tamanha falta de conhecimento, porque em vez de trabalharem preferem veicular as suas ideologias, prejudicando gravemente a imagem das superfícies comerciais em que trabalham.
Para terminar, deixo uma sugestão inspirada no ideal salazarista sobre o destino a dar a esta gente, que tem a virtualidade de não prejudicar a restante população: porque não meter todas estas pessoas num barco do género dos do tempo dos descobrimentos (que eles gostam é desses tempos) e mandá-las por sua conta e risco para uma zona de guerra? Aí, viveriam do modo que tanto veneram e o resto da população não teria que ouvir tanto disparate. É, no meu entender, uma situação do tipo ganhador-ganhador.
José Pedro Cadima
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