quarta-feira, outubro 03, 2007

Sobrevivente

De noite
As águas do Cávado não têm cor,
Só ao nascer do dia esta volta
E com ela a coruja do mato
Vem visitar-me

No seu voo borboleteante,
Penetra no jardim da escola

Orgulhosa, disciplinada,
Agarra a sua presa
E rapidamente esgueirada
Se recolhe naquela árvore caducifólia.

De costas,
Asas ligeiramente voltadas para baixo,
Quietando o estado do seu corpo,
Olha a margem do Cávado,
Parece rir
Da confiança...
De ter pousado
Na minha mão.

Sobrevivente, flagela a rã.

Helena, MC

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