sábado, novembro 14, 2009

Histórias de carteiristas

1. Com um sentido de humor que lhes é peculiar, os portugueses tentam amenizar os dias que correm fazendo humor com as próprias desgraças. A última história (estória) que me chegou fala de carteiristas; concretamente, reporta-se à visita que um empresário fez ao primeiro-ministro, acabando surpreendido pela falta da carteira depois de se ter cruzado com um amigo de José Sócrates, que o havia cumprimentado efusivamente momentos antes. Nos seus exactos termos, a “estória” é a seguinte:
“Um grande empresário português marca uma audiência com José Sócrates, na Residência Oficial do Primeiro-Ministro.
Enquanto aguarda, encontra Armando Vara que o recebe com muitos abraços.
Quando é recebido pelo Primeiro-Ministro, sente falta da carteira e resolve abordar o assunto com o PM:
- Não sei como lhe hei-de dizer, Senhor Primeiro-Ministro, mas a minha carteira acabou de desaparecer!
E continuou: …”.
2. Esta “estória” é elucidativa do sentido do humor de que falo, não é? Depois de escutá-la, quem não comungando da mesma idiossincrasia colectiva seria capaz de suspeitar que o PS foi ainda há poucas semanas o partido mais votado pelos eleitores nacionais? Concordo que a circunstância de o cidadão eleitor se confrontar com a alternativa de votar numa avozinha sem graça e sem sentido de humor também ajudou, mas que é preciso ser muito masoquista para rir com desgraça tamanha lá isso é.
3. É essa mesma peculiaridade de que vos falo que faz com que a comunicação social se refira a Teixeira dos Santos como constituindo um dos maiores “esteios” do governo em funções depois de não há muitos meses ter sido classificado pelo jornal “Finantial Times”, segundo creio, como um dos piores ministros das Finanças da União Europeia, e o pior da Zona Euro. Vale aqui o carácter independente da avaliação, porque se se fosse a atender aos 4 anos de discurso da tanga do dito e ao respectivo contributo para que a economia portuguesa mantivesse o rumo que lhe vinha de trás, desde os anos iniciais da década, de inquestionável anemia e ausência de orientação, a classificação do dito ministro só poderia ser bem pior; porventura, 69 lugares mais abaixo. Os portugueses são gente piedosa, entretanto, e dotada de um peculiar sentido de humor.
4. E já que falo de sentido de humor, deixem que vos conte uma “estória” que me chegou por via electrónica nos últimos dias e que fala de carteiristas. É assim:
“… Reconhecendo a sua carteira, o empresário comenta:
- Espero não ter causado nenhum problema pessoal entre o Senhor Primeiro-Ministro e o Dr. Armando Vara.
Ao que José Sócrates responde:
- Não se preocupe! Ele nem percebeu!...”

J. C.

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro J.C.

Está de volta!... Deve ter andado muito ocupado com coisas pouco interessantes!
Eu sempre gostei de histórias (estórias) de carteiristas, pois metaforicamente ou não aproximam-se sempre da realidade!...
Mas os medíocres é que, na sua maioria, acabam por vingar.
Por outro lado, a avozinha, se tivesse dado um ar da sua graça, teria conseguido muito mais!...
Talvez este temporal os consiga levar "de vela" para o mundo da fantasia, do Peter Pan, por exemplo, mas que nunca mais de lá voltem!