Viste em mim a protecção
com que cubro os meus defeitos,
a máscara que esconde quem verdadeiramente sou.
Viste a brincadeira que faço das coisas mais sérias
e me abstrai das muitas coisas que me magoam.
Porque faço de mim um ser descontraído
quando até no coração sinto um aperto?
Porque mostro tanta felicidade
mesmo quando estou deveras preocupado?
A resposta não me vem da mente
nem do coração.
É como um medo instintivo que não controlo.
Quero dizer coisas que não digo.
Quero não deixar transparecer impulsos que não controlo.
Quero alimentar impulsos que me protejam.
Ando a proteger-me de quê?
Do mundo? De ti? De mim?
José Pedro Cadima
1 comentário:
Todos nos tentamos proteger.
Muitas vezes, de pessoas que nos querem bem.
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