Queria ver-te,
na irracionalidade do ser
que sou, sem direito
de contemplação da mera imagem.
É tamanha a proximidade
que não te alcanço.
Repreendo-me de olhar
para o inalcançável.
É pena de tortura
auto-infligida.
Distancio-me do real,
para um mundo solitário.
Afasto-me alheio a quem sou,
atormentado da impotência
daquilo que sinto.
Afasto-me,
respondendo ao chamamento da arte,
lapidando o sentimento bruto.
José Pedro Cadima
1 comentário:
Gostei muito desta :)
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