segunda-feira, junho 28, 2010

Inconsciência

Caminho ziguezagueando por entre os corpos intoxicados da multidão. O cenário com que me deparo é sinistro. Cruzo-me com seres cheios de poucas boas intenções e com muita substância ilícita na mente, nos olhos e nos bolsos.
Vem-me à memória a pouca consciência de indivíduos que afogam a sua sobriedade numa toca longe deste local. São os habitantes desses buracos na terra que transportam a mágoa até outros indíviduos, seres perdidos na vida, à procura do seu passado, um passado sem drogas nem alucinações.
Sobressalta-me este pensamento. Questiono-me se dêvo vertê-lo aqui e, por essa via, levar o sobressalto a outros. Aproveitando sentir-me leve, transporto ainda mais coisas. Se calhar é nisso que falho. Deveria ter feito um buraco no jardim e deixado lá tudo quanto me atormenta. Terrível momento este. Como é que a inconsciência dos actos pode ser fonte de conforto?
.
José Pedro Cadima

4 comentários:

Anónimo disse...

muitos individuos são,
inconscientes.
isso vê-se pelos actos que praticam.
nem todos sabem qual a razão,
da sua vida.

Anónimo disse...

O homem será eternamente um inconsciente de si mesmo, até mesmo quando pensar o contrário. E, pensando-se assim constantemente, manter-se-à ainda desconfortável. E, quando finalmente inconsciente, desprovido da razão, gozará plenamente tudo quanto o rodeia.

Hérica disse...

pessoas com poucas boas intensoes ou vitimas de si mesmos e porque não entender que são pessoas vitimas de outras que vão so passando suas feridas adiante.acredito que o importante é o momento e a carencia do momento que cada um carrega

Anónimo disse...

Olá Pedro

O ser humano nunca vai mudar. São séculos de grande imperfeição!
Desde há cerca de 3 anos que resolvi aceitar que a maior parte das pessoas não presta, pois são mesquinhas, egoístas, egocêntricas e invejosas. Talvez por isso, passei a sentir-me melhor, mas não desisti!
Continuo a lutar por um mundo melhor e tento mudar o mundo à minha escala. Ironicamente, nunca tive tantos amigos como agora. Verdadeiros amigos. Contam-se pelos dedos das mãos, mas são excepcionais.
Aprendi a dar mais do que receber e quando alguém me "passa a perna", retiro da minha mente essa pessoa, depois de lhe fazer frente.
Também aprendi que há pessoas boas neste mundo.
Espero que tenha a mesma sorte do que eu. Infelizmente, só o consegui um pouco tarde na vida, mas o Pedro tem maior potencial do que eu.
Na sua idade, eu acreditava que o mundo era fantástico e que as pessoas também.
Terá que fazer o percurso inverso, que será muito mais satisfatório. Boa sorte!
Aproveito para lhe dizer que está a escrever muito bem. Gosto muito de o ler.
Paula Cristina