quinta-feira, junho 17, 2010

Espécime: apaixonado

Para um apaixonado,
os dias são tonturas,
deslumbramento
da quase-doença
que é a vida.

Veja-se no espécime
a esperança-desespero,
pão de cada dia,
um errante do destino
curvado por um peso
que carrega sem objectivo.
Comem-lhe as borboletas
de tudo o que se alimenta.
Não o visita o pestana
com medo que se pegue.

Seja ou não falha
na teoria da evolução,
o apaixonado ...
continua entre nós.


José Pedro Cadima

3 comentários:

Anónimo disse...

Olá Pedro

A vida não tinha significado sem paixão. Mas se puder ser paixão com um bocadinho de racionalidade... ajuda muito a trilhar o nosso caminho, se possível, com momentos de felicidade.

Anónimo disse...

Penso que a dada altura há, em todos nós, esse ser apaixonado. Não o vejo como uma falha, mas sim como algo que nos motiva. É bem verdade que faz de nós seres menos racionais, mas seriamos nós humanos se não fosse esse estado alterado de quase-doença, esse ataque da fera implacável que é amor?

Anónimo disse...

A paixão dura pouco,
depois vem o real.
a felicidade também não dura sempre.
temos é momentos de felicidade.