segunda-feira, junho 21, 2010

Predestinar

Acreditava que o que nos unia
era tanto quanto a distância
que prescutavamos olhando o horizonte longinquo.
Acreditava que respirávamos como um só,
que o mesmo coração nos movia!

Agora que a nuvem
que me toldava a visão se afastou,
dou murros nas paredes
com a fúria do ódio
que sinto por mim.
Preferia ter queimado
estes olhos com que te vi.
Será o orgulho parvo
que te levará para longe de mim.

Nas estrelas não há mais eternidade
que pareça alcansável.
A escuridão do céus
delimita apenas o que podemos ver.


José Pedro Cadima

3 comentários:

Hérica disse...

como é forte essa vontade de queimar os olhos que um dia viu o que te machuca e vontade de apagar lembrnaças, mas que seja assim, aprendemos com cada desilusão e cada sofrimento ,por que não com cada cicatriz que nos da medo de cair na mesma cilada que nos causou cada uma

Anónimo disse...

Caro José, obrigada por mais um belo poema!


E não se odeie, nem deixe o ódio queimar-lhe a alma ou a culpa tirar-lhe a certeza de que a eternidade é sua.

Anónimo disse...

"Ao longo da nossa vida deparamo-nos, vezes sem conta, perante obstáculos á primeira vista difíceis de ultrapassar. Quando isto acontece temos apenas duas opções: lutar ou desistir. A segunda opção, por mais tentadora que seja, quando a vontade de viver é grande, deixa de ser uma opção. Mas quando a insatisfação perante a vida é ainda maior, a nossa visão do mundo estreita-se de tal forma, que a única coisa que conseguimos ver são as coisas más da mesma. " JB