Acreditava que o que nos unia
era tanto quanto a distância
que prescutavamos olhando o horizonte longinquo.
Acreditava que respirávamos como um só,
que o mesmo coração nos movia!
Agora que a nuvem
que me toldava a visão se afastou,
dou murros nas paredes
com a fúria do ódio
que sinto por mim.
Preferia ter queimado
estes olhos com que te vi.
Será o orgulho parvo
que te levará para longe de mim.
Nas estrelas não há mais eternidade
que pareça alcansável.
A escuridão do céus
delimita apenas o que podemos ver.
José Pedro Cadima
3 comentários:
como é forte essa vontade de queimar os olhos que um dia viu o que te machuca e vontade de apagar lembrnaças, mas que seja assim, aprendemos com cada desilusão e cada sofrimento ,por que não com cada cicatriz que nos da medo de cair na mesma cilada que nos causou cada uma
Caro José, obrigada por mais um belo poema!
E não se odeie, nem deixe o ódio queimar-lhe a alma ou a culpa tirar-lhe a certeza de que a eternidade é sua.
"Ao longo da nossa vida deparamo-nos, vezes sem conta, perante obstáculos á primeira vista difíceis de ultrapassar. Quando isto acontece temos apenas duas opções: lutar ou desistir. A segunda opção, por mais tentadora que seja, quando a vontade de viver é grande, deixa de ser uma opção. Mas quando a insatisfação perante a vida é ainda maior, a nossa visão do mundo estreita-se de tal forma, que a única coisa que conseguimos ver são as coisas más da mesma. " JB
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