1. Em data que não sei já precisar com rigor, mas que antecedeu em muitos meses senão mais de um ano a formação do governo em funções, do Zé das Trocas, como alguém muito acertadamente terá decidido chamar-lhe, vivi a experiência de assistir à apresentação, em Braga, na ACB, de um livro escrito por Manuel Pinho, que alguns associarão, vagamente, à figura do actual ministro da economia. O dito personagem havia lançado pouco antes um livro que abordava uma qualquer dimensão da economia portuguesa que não sei precisar nesta ocasião. Quando, mais tarde mas não muito, o vi ser indicado para ministro da economia percebi que o dito sujeito tinha vindo à ACB em digressão no contexto do estágio que estava a fazer para ministro. A dúvida que me ficou nessa altura foi sobre quem teria sido o patrono do estágio, se o seu patrão na altura (Ricardo Espírito Santo) se o PS, que estaria curto de candidatos para essas funções.
2. Este caso veio-me à ideia há poucos dias, quando me chegou às mãos um livro acabado de lançar por Vítor Bento que, ao que sei, também esteve em Braga a apresentá-lo. Do que li na imprensa local, julgo que tal aconteceu na Universidade do Minho. O livro, que me saiu caro, tem por título “Perceber a crise para encontrar o caminho”. Pese o título, da leitura corrida que fiz, fiquei com o sentimento que o autor terá percebido a crise, mas dificilmente dará com o caminho, dado o trilho porque se resolveu aventurar. Descontando isso, como deixo já entrevisto, ficou-me a inquietação própria do “déjà vu”, quer dizer: estará Vítor Bento nesta ocasião em pleno estágio para ministro? Se estiver, acredito que seja para ministro das finanças, ou não seja o dito o presidente da empresa do multibanco.
3. Uma coisa bem curiosa que encontrei no livro foi a reclamação da criação de um “alargado consenso político-social” para a resolução da(s) crise(s) que a economia portuguesa vive. Este conceito deverá ser um eufemismo para identificar a “urgência” do retorno aos governos do “bloco central”, que, não sendo forma de governo há largos anos em Portugal, persiste enquanto tal na divisão de tudo quanto é “tacho” em empresa pública, grupo bancário, empresa do sector de obras públicas ou lugar de cúpula de associação empresarial. Distraído que andava, só então percebi que esse vinha sendo tema quotidiano da comunicação social nacional (ignoro desde há quanto tempo), tratando de preparar os portugueses para o pior, se é que as coisas podem piorar, ainda. Aqui chegado, o sangue deixou de me alimentar o cérebro, fiz-me branco como a cal, e apeteceu-me fugir para o lugar mais remoto possível. Desgraçadamente, o sangue que deixou de alimentar-me o cérebro faltou-me também nas pernas e é essa a razão porque ainda ando por aqui. Levei para mais de uma semana até conseguir verter para o caderno este breve apontamento de memórias. “Atão” não é que …
J. C.
2. Este caso veio-me à ideia há poucos dias, quando me chegou às mãos um livro acabado de lançar por Vítor Bento que, ao que sei, também esteve em Braga a apresentá-lo. Do que li na imprensa local, julgo que tal aconteceu na Universidade do Minho. O livro, que me saiu caro, tem por título “Perceber a crise para encontrar o caminho”. Pese o título, da leitura corrida que fiz, fiquei com o sentimento que o autor terá percebido a crise, mas dificilmente dará com o caminho, dado o trilho porque se resolveu aventurar. Descontando isso, como deixo já entrevisto, ficou-me a inquietação própria do “déjà vu”, quer dizer: estará Vítor Bento nesta ocasião em pleno estágio para ministro? Se estiver, acredito que seja para ministro das finanças, ou não seja o dito o presidente da empresa do multibanco.
3. Uma coisa bem curiosa que encontrei no livro foi a reclamação da criação de um “alargado consenso político-social” para a resolução da(s) crise(s) que a economia portuguesa vive. Este conceito deverá ser um eufemismo para identificar a “urgência” do retorno aos governos do “bloco central”, que, não sendo forma de governo há largos anos em Portugal, persiste enquanto tal na divisão de tudo quanto é “tacho” em empresa pública, grupo bancário, empresa do sector de obras públicas ou lugar de cúpula de associação empresarial. Distraído que andava, só então percebi que esse vinha sendo tema quotidiano da comunicação social nacional (ignoro desde há quanto tempo), tratando de preparar os portugueses para o pior, se é que as coisas podem piorar, ainda. Aqui chegado, o sangue deixou de me alimentar o cérebro, fiz-me branco como a cal, e apeteceu-me fugir para o lugar mais remoto possível. Desgraçadamente, o sangue que deixou de alimentar-me o cérebro faltou-me também nas pernas e é essa a razão porque ainda ando por aqui. Levei para mais de uma semana até conseguir verter para o caderno este breve apontamento de memórias. “Atão” não é que …
J. C.
1 comentário:
Caro J.C.
O seu estilo mudou um pouco, mas é igualmente interessante.
Tem a certeza que será a melhor designação? Zé das Trocas? Caramba, o homem até sabe mantê-los fieis e gosta pouco de trocas. De baldrocas, talvez mais...
Desculpe que lhe diga, mas já começo a sentir um certo enjoo quando ouço alguém dizer que é necessário um “alargado consenso político-social” para a resolução da(s) crise(s) que a economia portuguesa vive. Não li o livro de que fala e quem sou eu para opinar, mas será que o mundo dos políticos alguma vez ouvirá o comum dos mortais?
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