“Os fins-de-semana são sempre períodos difíceis: é a quebra da rotina laboral semanal substituída por outra que não chega a ter tempo para se instalar; é a oportunidade para o encontro com a família (não seriamente com nós próprios) e com a incultura e a estupidez promovidas a projectos nacionais; é a ocasião para acompanhar o exercício dominical de hipocrisia de Marcelo Rebelo de Sousa e de outros menos requintados, de uma legião de comentadores.
Fica-me a dúvida sobre a oportunidade da existência de fins-de-semana, agora que a missa vai perdendo significado na rotina do cidadão comum. Fica-me a dúvida, por outro lado, de quem paga a tantos ilustres comentadores políticos, sabido que nem todos os jornais e demais órgãos de comunicação social abundam em dinheiro. Há, evidentemente,
Que colocar a hipótese de se tratar de uma retribuição desfasada, quer dizer, um investimento a pensar num futuro mais ou menos a médio-prazo. Este argumento dá consistência, por exemplo, à multiplicação de comentadores Cavaco/Nogueiristas. Já é mais difícil entender as vantagens de quem os contrata: uma vez falidos, o jornal ou a rádio, são órgãos de informação falidos, a não ser que lhes valha a igreja universal do reino de deus.”
J.C.
Fica-me a dúvida sobre a oportunidade da existência de fins-de-semana, agora que a missa vai perdendo significado na rotina do cidadão comum. Fica-me a dúvida, por outro lado, de quem paga a tantos ilustres comentadores políticos, sabido que nem todos os jornais e demais órgãos de comunicação social abundam em dinheiro. Há, evidentemente,
Que colocar a hipótese de se tratar de uma retribuição desfasada, quer dizer, um investimento a pensar num futuro mais ou menos a médio-prazo. Este argumento dá consistência, por exemplo, à multiplicação de comentadores Cavaco/Nogueiristas. Já é mais difícil entender as vantagens de quem os contrata: uma vez falidos, o jornal ou a rádio, são órgãos de informação falidos, a não ser que lhes valha a igreja universal do reino de deus.”
J.C.
(reprodução parcial de crónica do autor identificado publicada no jornal Notícias do Minho de 95/09/09, em coluna regular genericamente intitulada “Crónicas de Maldizer”)
1 comentário:
Caro J.C.
Desta vez não posso concordar de forma alguma com a sua opinião e até agradeço que não ande para aí a apregoar o "Fora com os fins-de-semana"...
Que seria de nós sem fins-de-semana? As senhoras não teriam oportunidade de pintar com mais cuidado as unhas nem de fazer "mises" para agradar aos homens, muito menos teriam tempo para fazerem a sua depilação, nem poderíamos ver, sobretudo junto à praia as pessoas a dormitar dentro dos carros... E como se poderia namorar? É que trocar só aqui e ali um beijito durante a semana para consolar não aquece por muito tempo...
Penso que são motivos suficientes para não acabar com os fins-de-semana. Eu sou mais pela abolição das segundas-feiras... Essas sim é que parecem de repente, depois de um bom fim-de-semana...
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