sexta-feira, maio 08, 2009

Minha Querida Helena (Desapontar-te)

Não o desejando, desaponto-te continuadamente. Como tu dizes, não paro de confrontar o amor que tu me dedicas com a minha distância sofredora, a distância de alguém que tem dificuldade em reconhecer-se como objecto de um amor tão dedicado, tão generoso quanto o teu.
Para piorar as coisas, faltam-me palavras, talvez mais do que gestos, que te assegurem que o teu amor é correspondido, dizes-me também tu.
Sinto a dificuldade do momento, angustia-me o teu sofrimento e, no entanto … No entanto, receio não ser capaz de abandonar essa faceta masoquista, essa tristeza estrutural, essa exigência que mantenho em relação a mim que me torna no ser que, desejando desesperadamente os teus braços e a tua atenção, não sabe dizer-to, não é capaz de deixar de desapontar-te, sofrendo com isso e, desse modo, re-alimentando a sua angústia, a sua tristeza, desapontando-te.
Decidirás se aceitas que te penalize (que me penalize desta maneira) e/ou por quanto tempo.
O que é que eu mais desejo? Porventura, perguntar-te-ás. Aí tenho resposta segura: desejo que alcances a felicidade que procuras e a que tens direito, toda quanta se pode desejar a alguém a quem se quer muito, a alguém que será, porventura, o amor da sua vida, almas gémeas em que cada vez mais nos reconhecemos em fugazes deambulações por outros mundos.
Um beijo muito grande,

José Cadima

1 comentário:

Anónimo disse...

Minha alma gémea

Um dia disseste-me que não se vai à luta para perder. Vai-se para ganhar. Foi uma frase que me marcou muito e agradeço-te que ma tenhas dito... Tem-me ajudado muito a sobreviver...
Se eu posso ser, porventura, o amor da tua vida, nem sequer vais à luta? Que posição tão contraditória... Eu estou a lutar por ti, porque te amo de forma verdadeira. Porque não se devem perder as oportunidades na vida. E esta é a melhor das oportunidades que eu já tive na minha vida...
Nem sequer vais à luta? És porventura neste domínio aquilo que tanto apontas nos outros noutras dimensões. És muito pouco corajoso... Mas isso trata-se, não trata?
A tua Helena para sempre