Contando as estrelas,
faço vida de passatempo,
aprecio beleza
desobrigado da ver.
Contando estrelas e planetas,
vejo derreter ouro
e fazer moedas,
vejo morrer homens
e fazer festas.
O amor segue descalço.
Anda descalço o amor
a calcar espinhos de rosa,
fugindo de feridas pequenas
que nos pés se aconchegam.
Nunca foi tão pobre.
Deu tudo o que tinha
sem olhar ao que lhe restou.
Não lhe resta nada.
Descalço, ferido
e com os pés em ferida,
só nos resta implorar-lhe que não se vá,
que fique,
que aceite sofrer só um pouco mais.
José Pedro Cadima
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