segunda-feira, junho 16, 2008

Dias tristes

Sinto-me profundamente infeliz, hoje.
Não é por falta de amores.
Será, talvez, por falta de amor.
Há dias assim, tristes,
irremediavelmente distantes do lugar mítico
a que alguns chamam arco-íris.

Chove, lá fora.
Cá dentro, é o meu coração que se sugere despedaçado
por dias que correm cada vez mais cinzentos.
De lá de fora, sinto a ameaça
de mais um dia que se anuncia triste, sem esperança.

Não são amores que me faltam.
O que me falta é alegria,
a alegria de quem corre por algo que julga valer a pena:
uma amizade, um sonho, um grande amor.

Por onde andas, amor meu?
Serás tu este ser que se insinua por aqui
ou será esta força que pressinto
apenas a saudade que tenho de ti?

Vem em meu socorro, depressa!
Se demoras em tomar corpo e forma,
corres o risco de, em vez de mim, ser só desespero
o que venhas a encontrar.
Vem depressa, meu amor!


José Cadima

1 comentário:

Anónimo disse...

Querido José
Poema triste o teu! Mas bonito, de qualquer forma.
O EU poético reclama "alegria",(que se bem procurar descobri-la-á em si mesmo), bem como "um sonho"(esse, fabrica-se , mesmo do nada); "uma amizade" (essa, posso dar-lhe, através das minhas palavras).
Que o arco-íris apareça e o Sol brilhe-
Um beijo amigo
Helena