Manda-me a vida embora
para uma cidade assombrada.
Quero ver como ela se safa sem mim,
e eu também sem os seus sermões
pregados de consciência aborrecida.
Leva-me para casa.
Encosta-me à parede.
Destrói-me o juízo com o olhar.
Diz-me as aldrabices que eu te diria a ti
se não te désse o poder da existência.
Vou fingir que nunca mentes.
Vou fingir-me apaixonado.
Quero a tua loucura viva,
para que me mande embora, à vida.
Quero sentir fantasmas.
Quero sentir o espírito, não o corpo.
Intimida-me a sanidade,
já que contigo não há vergonha que valha.
José Pedro Cadima
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