quarta-feira, março 17, 2010

Memória: Ó mar salgado…(2)

Ó mar salgado
sei-te bem para lá do dobrar da rua, hoje,
mas nem por isso te pressinto longe.
Perto, perto tive-te ontem,
ao mesmo tempo salgado e doce,
como mo sugeriram os teus lábios
Ameaçado?
Ameaçado, sim, de certo modo,
por saber não serem suficientemente altas
as trincheiras que quis erguer
para me proteger
das tuas investidas
envoltas em veludo,
em abraços meigos,
em beijos que transpiram paixão.
Confesso-te: achaste-me impreparado
para uma luta
feita com tais armas.
Receio não me restar solução
outra que não seja render-me,
por mais que me custe,
por mais que, sem o querer,
querendo-o, me sinta fluir para ti.

José Cadima

2 comentários:

Anónimo disse...

Minha flor

O mar, desde há alguns meses, está menos salgado e as ondas estão muito menos revoltas. Gosto da serenidade, deste novo mar onde tu e eu nos vamos encontrando...

A tua Cláudinha

Anónimo disse...

tem muito jeito para a poesia.
Devia era abrir os olhos.
não faltam para aí «claudinhas»