domingo, fevereiro 14, 2010

O Dia dos Namorados

O Dia dos Namorados não é um dia como qualquer outro. Ai não que não é!…
Em primeiro lugar, é um dia em que a maior parte dos casais tenta participar de uma forma ou de outra, sejam namorados recentes, acabadinhos de entrelaçar, sejam o Sr. José e a D. Maria que até já festejaram as bodas de ouro, ainda que a maior parte dos anos tenham discutido afincadamente … Nada que se compare ao dia internacional da mulher, ao dia da árvore ou mesmo da SIDA. Não, o envolvimento no Dia dos Namorados só é comparável à comemoração do Carnaval.
Na realidade, o assédio comercial é tão grande, que é muito difícil não querermos participar num dia que apela ao amor e que relembra o gorduchinho Cúpido, com ar de maroto a atirar flechas que nos acertam em parte conveniente e que passam a química necessária para nos babarmos e passarmos a idolatrar alguém.
Mas, sinceramente, ou é porque já estou a ficar velha ou então o tal Dia tem vindo a perder a piada… Digam-me se não tenho razão! Depois de o cavalheiro ir a correr (se for num dia da semana – felizmente não precisarão de correr hoje, domingo) comprar uma simples flor ou um ramo à florista mais próxima, para a versão mais “pobre” em termos comerciais, claro está, eis que depois do reencontro depara o cavalheiro e a cavalheira com um restaurante (escolhido a dedo e que garantia grande intimidade) cheio de cavalheiros e cavalheiros que procuraram o mesmo. A desilusão só pode ser grande!
Há uns oito anos atrás estava em Lisboa, num destes Dias, e pude presenciar durante quase uma hora a correria em direcção a uma qualquer florista e depois a desilusão e o espreitar para as outras mesas, num restaurante de Lisboa, tentando ver se a prenda era melhor do que…
Mas no Dia de Namorados há várias situações que importa lembrar e sobre as quais não podemos falar de forma cientifica, não em relação a cada situação, mas sim à percentagem de casais que se enquadra em cada uma delas. Se não, vejamos:
1-Uma parte razoável (gosto desta palavra, pois “a maioria” não me parece que seja a realidade) efectivamente ao entregar uma rosa vermelha (alguns com ela cravada nos dentes, para parecer mais romântico) à sua amada e uma prenda qualquer estão na verdade a querer reafirmar o seu amor por outra pessoa.
2-Existirá uma outra parte, também razoável, que enquanto entregou uma rosa vermelha e um colarzito de pérolas à esposa, terá dado um de valor superior à sua amante, para a calar, pois não poderá passar a parte mais romântica do dia com ela ou porque efectivamente é a ela que ama mais…mas por uma qualquer razão pouco emocional não é com ela que estará naquele momento especial…
3-Há uma parcela minoritária que não gozará o Dia, mas que efectivamente não precisa de dias para comemorar o seu amor…
4-Há ainda uma outra parcela minoritária que não gozará o Dia, porque não tem dinheiro para o fazer e/ou porque já não tem nada para festejar e assume publicamente tal facto.
Para mim, o facto da minha filha querer fazer um jantar quase surpresa e querer deixar-me desfrutá-lo só com o meu namorad0 tem muito mais significado... Ainda não tenho a certeza se funcionará, mas revela, pelo menos, que outra pessoa repara e confirma o nosso amor…
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Leonor

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