sexta-feira, outubro 16, 2009

Quando a realidade ainda é capaz de surpreender

1. Contrariando as expectativas, nem tudo foi mau nas eleições autárquicas do passado fim-de-semana. A melhor notícia surgida no Minho foi a queda de Fernando Reis, no poleiro, em Barcelos, há largos anos, com evidente prejuízo para o desenvolvimento do município que era suposto gerir. De Terras de Bouro e de Vieira do Minho, em particular, também veio indicação clara de que as rezas não bastam já para animar o povo.
2. Falando-se do deitar por terra de “dinossauros”, o contraponto a Barcelos esteve num seu município vizinho, onde porventura a falta de uma barba de tonalidade branca poderá ter feito alguma diferença. As más companhias de que “o candidato da oposição” se rodeou também não terão ajudado muito. Permanece a esperança que a renovação dos modelos de governação e de construção de cidade não tenham que aguardar mais 4 anos. Confirma-se assim que o povo ser sereno nem sempre é uma grande virtude.
3. Um pouco mais acima, em Viana do Lima, que depois foi do Castelo (mesmo não o tendo), também houve mudança, felizmente. O que é curioso neste caso é que foi o partido do homem que estava no poder que não esteve mais para aturar as birras e o umbiguismo de quem havia colocado na Câmara Municipal há uns quantos anos. É a excepção que confirma a rega. A excepção exprimiu-se no gesto de bom-senso do partido, coisa que se sabe bem arredia da prática política das estruturas partidárias nacionais, de um modo geral.
4. Já fora do Minho, na sua fronteira sudeste, também houve novidade bastante: nada mais nada menos que a queda da Fátima de Felgueiras, especialista em sacos azuis, fugas para o Brasil e penteados armados (não confundir com armaduras). Era uma heroína “do povo”, verdadeira Maria da Fonte dos nossos tempos, armada de varapau e truques de magia. Ficou a saber-se que as heroínas também se abatem, à medida que, expostos ao sol, os sacos vão perdendo a sua tonalidade original e os penteados armados se vão desmanchando.
5. Dizem-me entretanto que a verdadeira festa está guardada para daqui a 4 anos, quando a lei do limite de mandatos começar a produzir os seus efeitos. Não sei se estarei cá para festejar, mas que gostava de festejar, gostava.

J. C.

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro J.C.

Duas crónicas no espaço de uma semana?
Andará rendido aos amores de alguma moura para andar tão inspirado?
Gostei, mas olhe que o penteado armado da Fátima Felgueiras ainda lhe deu muitos votos, de certeza!...
Mas, na realidade, a senhora tinha mais piada quando falava do Brasil! Aí sim, passou a quase "uma louraça", com ar descontraído e sempre bem artilhada de acessórios. Até rejuvenesceu! O problema dela foi voltar a Portugal!...
E tanto tempo fora, por muito que gostem dela, outros foram preparando o terreno...
Para mim o mais interessante foram os placards do Mesquita Machado. O Photoshop sempre teve o seu efeito e a barbicha nem se fala... Até já colocou esta semana um "OBRIGADO BRAGA" para a populaça num dos placards estratégicos da cidade. Num município de proletariado (ainda) o homem consegue ser REI!
Vamos aguardar para ver quem vai preparar o terreno para as próximas eleições, pois com barbicha ou sem ela, terá mesmo que deixar o poleiro...

Anónimo disse...

Gostei é assim mesmo