Braga viveu 6ª feira pp. uma festa como há muito não se via pela cidade. O S. João, com os seus martelinhos de plástico e as barracas de farturas, não tem como comparar-se-lhe. A grandiosidade da festa decorreu da presença ao vivo e a cores do Presidente da República portuguesa do Rei de Espanha, e, last but not least, dos primeiros ministros de ambos os países promotores do International Nanotechnologies Laboratory (INL) “inaugurado”. A festa também não teria o mesmo importante significado simbólico se não se tivessem juntado nas redondezas uns quantos docentes (manifestantes?) do ensino superior convenientemente escoltados pela polícia de choque que, ao que parece, não gosto nada de manifestantes (?) ou de docentes do ensino superior, como quer que se queira designá-los. Felizmente, havia por perto um campo de futebol e foi possível acantonar os ditos manifestantes (?) ou docentes do ensino superior (como melhor se entenda defini-los – fico na dúvida sobre quais possam ser mais perigosos) no recinto desportivo em causa, mesmo não tendo este a imponência do de Santiago do Chile, onde Pinochet enclausurou os seus oponentes a seguir ao golpe de estado (fascista) que protagonizou.
A festa, além de grandiosa, foi de todo oportuna já que o edifício tem pronto para aí um terço do que está planeado ser, exibindo na parte restante, já de pé, corres garridas e um “look” todo modernaço, em consonância com o fim a que está destinado. Para mais, como declarou alguém da organização à comunicação social, a inauguração do edifício “marca o lançamento da campanha internacional de apresentação do organismo e de promoção do recrutamento dos melhores cientistas, à escala internacional” (cf. Correio do Minho de 2009/07/17). Em tais circunstâncias, fazia lá sentido esperar que o edifício se apresentasse com o aspecto comum das construções acabadas que encontramos por aí pelo comum das nossas cidades?
Ao que parece, o instituto tem também por resolver a questão do estatuto jurídico, mas nisto também se vê a coerência do projecto. Já viram o que seria apostar num edifício modernaço, para investigação de coisas esquisitas, inaugurado com a construção a um terço do resultado final esperado e ter já tudo resolvido em matéria de enquadramento formal? E se acaso (vá de retro Satanás), obra acabada, não fosse mais ministro da ciência e de umas quantas coisas acessórias mais Mariano Gago? E se por acaso, por altura das vindimas, José Sócrates tivesse sido já apeado do poder lisboeta? E se, por manobra do destino, por ocasião do plantio da relva no espaço envolvente, no edifício fronteiro à Praça do Município morasse já outro inquilino? Desgraça! Desgraça! Em tais circunstâncias, o edifício poderia lá ser inaugurado? E ir-se-ia utilizar, lá para 2010, um edifico que tivesse ficado por inaugurar com pompa e circunstâncias como devem ser inaugurados edifícios com nomes tão sugestivos como International Nanotechnologies Laboratory, para mais votado à investigação de ciências ocultas, como dizem ser as Nanotecnologias?
A festa, além de grandiosa, foi de todo oportuna já que o edifício tem pronto para aí um terço do que está planeado ser, exibindo na parte restante, já de pé, corres garridas e um “look” todo modernaço, em consonância com o fim a que está destinado. Para mais, como declarou alguém da organização à comunicação social, a inauguração do edifício “marca o lançamento da campanha internacional de apresentação do organismo e de promoção do recrutamento dos melhores cientistas, à escala internacional” (cf. Correio do Minho de 2009/07/17). Em tais circunstâncias, fazia lá sentido esperar que o edifício se apresentasse com o aspecto comum das construções acabadas que encontramos por aí pelo comum das nossas cidades?
Ao que parece, o instituto tem também por resolver a questão do estatuto jurídico, mas nisto também se vê a coerência do projecto. Já viram o que seria apostar num edifício modernaço, para investigação de coisas esquisitas, inaugurado com a construção a um terço do resultado final esperado e ter já tudo resolvido em matéria de enquadramento formal? E se acaso (vá de retro Satanás), obra acabada, não fosse mais ministro da ciência e de umas quantas coisas acessórias mais Mariano Gago? E se por acaso, por altura das vindimas, José Sócrates tivesse sido já apeado do poder lisboeta? E se, por manobra do destino, por ocasião do plantio da relva no espaço envolvente, no edifício fronteiro à Praça do Município morasse já outro inquilino? Desgraça! Desgraça! Em tais circunstâncias, o edifício poderia lá ser inaugurado? E ir-se-ia utilizar, lá para 2010, um edifico que tivesse ficado por inaugurar com pompa e circunstâncias como devem ser inaugurados edifícios com nomes tão sugestivos como International Nanotechnologies Laboratory, para mais votado à investigação de ciências ocultas, como dizem ser as Nanotecnologias?
Foi bom Braga poder viver este dia de festa de arromba nesta altura em que a festa se sugere tão arredia do semblante do comum dos bracarenses e de todos os outros bracarenses que a cidade acolhe, que são bastantes mais que os bracarenses comuns. Foi muito bom e ainda há-de ser bem melhor quando tivermos por Braga o INL propriamente dito, com cientistas e tudo, que ficam sempre bem nas suas batas brancas. Nisso, tem muita sorte Braga por poder dispor de uma larga reserva de bracarenses (que em tempos chegou a ser bastante maior) no Alto Minho, em Trás-os-Montes e até em sítios mais remotos, como o Brasil, a Ucrânia ou Cabo Verde, para citar só algumas origens. Retida na memória dos bracarenses que a viram, fica agora a expectativa sobre em que ocasião futura terá a cidade direito a festa de equivalente igualha. Que não seja muito lá para diante no tempo, são os votos que formulo com os demais, que para uma boa sardinhada e uns copos de verde tinto arranja-se sempre estômago.
J. C.
J. C.
1 comentário:
Caro J.C.
Não o sabia adepto de festas! Então também foi espreitar a festa, ou seja, a inauguração "da porta de entrada e respetivo hall" do Instituto Ibérico, pois não deve ter sido mais do que isso, pois não?!
E chegou a ver de perto a polícia de choque?...
Fiquei magoada por não ter sido entrevistada sobre as obras! É que, sabe, acompanhei parte das mesmas que ali estão a ser feitas há alguns meses e sempre poderia descrever com algum pormenor, para o próprio Telejornal, o que me foi passando pela cabeça sempre que por ali passei nas minhas caminhadas semanais!
Desde a fase do cascalho até à fase do cimento...
Que boa oportunidade que eu perdi para aparecer na televisão!...
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