sexta-feira, julho 24, 2009

Lua

De uma noite escura,
de um céu repleto de nuvens
nasceu um luar
tão grande, tão belo e feroz
que as nuvens mandaram afastar.

Ai, lua, que teu brilho
é tão bonito
que jamais poderá ser representado
por algo dito ou escrito.

É como o sorriso
que sai de um choro.
É como o beijo
de um qualquer namoro.

José Pedro Cadima

(poema extraído do livro "Sonhos a Um Espelho", Papiro Editora, 2009, Lisboa, p. 49)

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro Pedro

Tenho seguido a edição dos seus poemas e de cada vez que leio um, fico surpreendida por saber que há jovens que "pensam na vida" e que "até pensam muito bem".
Escreve tão bem, com um sentimento tão forte e conhecedor das coisas da vida, que o leitor depressa fica refém dos seus poemas.
O seu poema sobre a Lua, fez-me questionar porque é que não olhamos mais para o céu, para as estrelas e para a sua beleza infinita e calmante.
Gostamos de nos manter demasiado ocupados, todos os dias, com coisas mesquinhas que só servem para nos tornarem infelizes, mas que, ironicamente, acabamos por continuar a alimentá-las.
Ontem à noite fui olhar as estrelas e o luar estava lá para ser visto. Bonito como sempre à espera de ser apreciado. Quantos de nós, pouco mais de 6,5 biliões de humanos, o fizemos, ontem? Muito poucos, provavelmente.
Parabéns pelos seus poemas. Acredite sempre na sua escrita.
Paula Cristina