quarta-feira, julho 29, 2009

Ó mar salgado…

Ó mar salgado
quanto do teu sal…
Ó mar salgado
pressinto-te perto,
ao dobrar da rua,
mas não te enxergo.
Perto de ti,
sinto-me mais eu
mas não menos ameaçado.
Abalas-me as trincheiras
desta fortaleza
feita natureza,
mas nem em razão disso menos frágil,
menos ameaçada.
Ó mar salgado
a tua beleza, a tua força
atraiem-me de modo similar
ao que a gravidade nos prende
à Terra.
A um tempo, essa amarra sossega-nos,
a outro tempo desejávamos
que nos deixasse flutuar
de modo igual
ao que alcançamos nalguns sonhos.

José Cadima

1 comentário:

Anónimo disse...

Meu amor

O mar, mesmo salgado, só nos ameaça se nós quisermos e deixarmos. É quase como com os "fantasmas"...
Espero que o mar, um pouco revolto que viste comigo a teu lado, te tenha apaziguado. Gostei deveras do passeio que dei contigo junto ao mar, logo pela manhã.
Perto de ti, também me sinto mais eu, mas nunca ameaçada.
Não deve ser muito bom estares sempre metido nessa fortaleza... Que tédio!
Deve estar ferrugenta e as vistas devem ser muito curtas e pouco interessantes...

A tua urze