“Economistas e outros pensadores liberais dos séculos XVIII E XIX mantiveram amiúde visões «ingénuas» do funcionamento dos mercados, antevendo nestes instrumentos de bem-estar social e promotores da eficiência económica.
Com menos idealismo, subsistem nos dias de hoje economistas e outros actores sociais e políticos que continuam a propalar a mesma mensagem. Curiosamente, entre eles encontramos, entre outros, Milton Friedmann, o grande inspirador das reformas económicas no Chile durante o período fascista do general Pinochet.
O economista em referência é, aliás, um dos distinguidos com o Premio Nobel, nisso se equiparando ao seu compatriota Henry Kissinger, sabidamente um dos principais inspiradores do golpe fascista que derrubou o presidente eleito Salvador Allende.
Esta corrente de pensamento (a liberal, digo) tem também os seus seguidores em Portugal, muitos dos quais entre os filiados do partido no Governo. É, no entanto, sabido que na oposição, à direita e à esquerda, há também quem professe a mesma doutrina. Quem professe, refira-se, desde que não esteja em causa a sua posição ou o seu emprego.
E entende-se que assim seja: de facto, são conhecidos os incómodos e as canseiras a que qualquer maduro tem que se sujeitar para aceder a certos cargos, no aparelho do partido e de Estado, nas empresas públicas, e noutros organismos assimilados.”
J.C.
Com menos idealismo, subsistem nos dias de hoje economistas e outros actores sociais e políticos que continuam a propalar a mesma mensagem. Curiosamente, entre eles encontramos, entre outros, Milton Friedmann, o grande inspirador das reformas económicas no Chile durante o período fascista do general Pinochet.
O economista em referência é, aliás, um dos distinguidos com o Premio Nobel, nisso se equiparando ao seu compatriota Henry Kissinger, sabidamente um dos principais inspiradores do golpe fascista que derrubou o presidente eleito Salvador Allende.
Esta corrente de pensamento (a liberal, digo) tem também os seus seguidores em Portugal, muitos dos quais entre os filiados do partido no Governo. É, no entanto, sabido que na oposição, à direita e à esquerda, há também quem professe a mesma doutrina. Quem professe, refira-se, desde que não esteja em causa a sua posição ou o seu emprego.
E entende-se que assim seja: de facto, são conhecidos os incómodos e as canseiras a que qualquer maduro tem que se sujeitar para aceder a certos cargos, no aparelho do partido e de Estado, nas empresas públicas, e noutros organismos assimilados.”
J.C.
(reprodução parcial de crónica do autor identificado publicada no jornal Notícias do Minho de 94/12/31, em coluna regular genericamente intitulada “Crónicas de Maldizer”)
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