segunda-feira, abril 06, 2009

“No reino da ausência de imaginação - I”

“Sem ideias. Totalmente falho de imaginação, é como me sinto. Tanto melhor: há quem viva disso e, mesmo, quem faça disso alarde.
Como é que se disfarça? Foge-se para diante; proclama-se aos sete ventos que quem não tem ideias são os outros.
Se resulta? A prova provada que resulta são o governo e o primeiro-ministro que temos, a maioria e a minoria que nos governam. Olhem o Pacheco Pereira, o Barreto, o Saraiva, o Magalhães. Acham que eles ganhavam a vida da forma que ganham se vivessem num país em que as pessoas têm ideias? Isto é, os homens e as mulheres tivessem mais ambição que chegar ao fim do dia, ao fim da semana, ao fim do mês, àas férias no Algarve, ao fim do ano?
Acham que os Pachecos e os Barretos chegavam a estrelas da rádio e da TV se os homens e as mulheres deste país tivessem mais ambição que chegar a casa a tempo do início do próximo encontro de futebol ou do episódio diário da telenovela?”

J.C.
(reprodução parcial de crónica do autor identificado publicada no jornal Notícias do Minho de 95/04/22, em coluna regular genericamente intitulada “Crónicas de Maldizer”)

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