terça-feira, dezembro 22, 2009

Noites em claro

Que faço?
Não como.
Não durmo.
Não sinto, nem sonho.

Queimo as pontas dos pés.
Rasgo as costas
numa superfície áspera.

Não vivo.
Deambulo.

E na noite,
na noite que não durmo,
mato-me;
aos poucos, é certo, mas mato-me.

Arde-me o corpo.
São ácidos do passado.
É a embriaguez do futuro.

José Pedro Cadima

1 comentário:

Anónimo disse...

Pedro

Desejo-lhe um 2010 com versos mais animadores e apaixonados.
Nao quer isto dizer que não gostei daqueles com que nos presentou em 2009. Na verdade, revela ter uma boa queda para a expressão escrita.
Boa sorte!