“Do rio que tudo arrasta se diz que é violento, mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem” (B. B.). Sendo assim embora, tenho que agradecer a benevolência com que apreciaste os breves momentos que passámos juntos e pedir-te desculpa por te ter tratado de forma tão rude.
Fico muito desconfortável quando alguém penetra no meu mundo e ainda mais quando, simultaneamente, pressinto “estranhos” a tentar cercar-me. Nessas circunstâncias, sou obrigado a pôr armadura e a rechaçar quem quer que se aproxime. Tu foste vítima disso. Pode ser que numa próxima vez tenhas mais sorte. Não posso dizer-te mais nada, isto é, não sou capaz de garantir-te que isso não volte a acontecer.
Fazes-me falta, é certo. Disso te falei já noutra ocasião. Também te dizia que é da minha natureza sentir falta de quem me faz sorrir. Não te disse, no entanto, que a natureza sou eu e tu sabes quanto a natureza é caprichosa e injusta, porque lhe escapa o sentido comum de justiça.
Sinto falta de ti, mas, amiúde, não deixo de perceber-te como uma ameaça. Ameaça-me a incerteza de ser teu porto seguro ou, melhor, a certeza de saber que nos mares por onde navego raramente há águas calmas e se, com engenho, algumas vezes, a pulso, na maior parte dos casos, vou conseguindo manter o barco à tona da água, receio que o teu peso altere este frágil equilíbrio que me permite marear.
Fazes-me falta sobretudo nestes dias amargos. As tuas ausências ocupam-me o pensamento e, no entanto, não me deixo convencer que não sejas uma ameaça ao meu mundo. Balanço entre baixar defesas e deixar-te entrar ou manter-me em estado de alerta, protegido por muralhas que nem tu saberás galgar.
Querida Helena, perdoa-me por, nestes breves momentos que passámos juntos, não ter sido capaz de deixar de ser natureza para ser tão só o amor que anseias ter, suave e doce.
Um beijo muito grande,
José Cadima
Fico muito desconfortável quando alguém penetra no meu mundo e ainda mais quando, simultaneamente, pressinto “estranhos” a tentar cercar-me. Nessas circunstâncias, sou obrigado a pôr armadura e a rechaçar quem quer que se aproxime. Tu foste vítima disso. Pode ser que numa próxima vez tenhas mais sorte. Não posso dizer-te mais nada, isto é, não sou capaz de garantir-te que isso não volte a acontecer.
Fazes-me falta, é certo. Disso te falei já noutra ocasião. Também te dizia que é da minha natureza sentir falta de quem me faz sorrir. Não te disse, no entanto, que a natureza sou eu e tu sabes quanto a natureza é caprichosa e injusta, porque lhe escapa o sentido comum de justiça.
Sinto falta de ti, mas, amiúde, não deixo de perceber-te como uma ameaça. Ameaça-me a incerteza de ser teu porto seguro ou, melhor, a certeza de saber que nos mares por onde navego raramente há águas calmas e se, com engenho, algumas vezes, a pulso, na maior parte dos casos, vou conseguindo manter o barco à tona da água, receio que o teu peso altere este frágil equilíbrio que me permite marear.
Fazes-me falta sobretudo nestes dias amargos. As tuas ausências ocupam-me o pensamento e, no entanto, não me deixo convencer que não sejas uma ameaça ao meu mundo. Balanço entre baixar defesas e deixar-te entrar ou manter-me em estado de alerta, protegido por muralhas que nem tu saberás galgar.
Querida Helena, perdoa-me por, nestes breves momentos que passámos juntos, não ter sido capaz de deixar de ser natureza para ser tão só o amor que anseias ter, suave e doce.
Um beijo muito grande,
José Cadima
1 comentário:
Meu amor
Eu também sinto muita falta de ti. Uma falta como nunca senti antes. Não desistirei facilmente de ti. És quase uma pérola para mim.
Com tempo e calma, resolveremos todos os nossos problemas. O amor, quando é verdadeiro, consegue vencer tudo.
A tua Helena
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