O silêncio que se faz em meu redor
contrasta com a agitação que me vai na cabeça.
É sempre assim quando algo me inquieta,
sendo bem certo que não tenho já memória
de quando o sossego, por inteiro, me assistiu pela última vez.
Que foi há muito tempo, isso dou-o por certo.
Na minha inquietude, umas vezes desabafo no papel,
outras permaneço quieto até ao limite da imobilidade possível.
Só os pensamentos em turbilhão me não deixam quietar
e, quando a resistência cede,
resta-me explodir em palavras
ou fluir pela rua, tentando correr mais que os meus pensamentos.
Quem me dera o silêncio autêntico!
Quem me dera não ter que fugir
dos pensamentos que me assaltam!
José Cadima
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