sexta-feira, dezembro 14, 2007

Destróis tudo

Destróis tudo, até mesmo aqueles laços
que, tecidos numa ternura imensa,
pareciam estar a salvo de todas as tempestades.
Embora, dizendo que não me queres atormentar,
na afirmação que prossegues da tua autonomia
vais cavando entre nós um fosso
que a cada momento se me sugere mais largo,
mais dificil de transpor.
Afirmo-to, abertamente:
a tua obstinação ameaça destruir tudo!
Pareces não perceber o que sinto,
a não ser nos momentos em que fica mais cruelmente exposto
o meu enorme sofrimento.
Esses são, entretanto, os instantes
em que o reencontro fica mais distante.

José Pedro Cadima

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