sábado, maio 18, 2013

Duas Luas

Duas Luas, três Sóis,
assim se me apresentam certos dias,
certas noites, também.
A luz é tanta que me encandeia.
As Luas e os Sóis são o que consigo vislumbrar.
Tudo o resto são sombras, são imagens fantasmagóricas.
Fecho os olhos,
concentro-me na luz que me vem de dentro
e  ensaio o regresso ao tempo
em que via uma só Lua,
um só Sol.
Velhos tempos esses em que era possível mirar a Lua,
repousar os olhos em campos de morangos, para sempre,
assistir, inebriado pelo estonteante das cores formadas, ao pôr-do-sol,
à beira-mar,
abraçar o arco-íris.
Faz-me falta, sobretudo, abraçar o arco-íris.
Eram outros tempos,
tempos que, receio, não voltem mais.
Eram tempos em que havia uma Lua e um Sol, apenas.
E como era rubro o vermelho das papoilas!

K

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