sexta-feira, maio 24, 2013

Alegra-me que sejam amarelos

O comboio roda,
balança, apita, corre,
e com ele corre, foge
a paisagem que ladeia a linha.
A velocidade é irregular.
As paisagens sucedem-se,
umas acercando-se rapidamente,
outras tomando mais tempo.
Subitamente, pára.
Pára porquê?
As imagens deixam de ser fugidias.
Fugidia permanece a minha atenção,
saltando entre memórias do ponto de partida
e a realidade que se apresenta a meus olhos.
Formoselha?! Formosa?
Formosa mas não segura?
Mal-me-queres, pelo menos, não faltam,
embora eu prefira papoilas,
o vermelho rubro das papoilas, digo.
Permaneço alerta.
Perscruto o espaço envolvente
e ei-los que surgem
combinados com mal-me-queres amarelos.
Abre-se-me lugar para a esperança,
mesmo que o mais certo sejam os mal-me-queres.
Alegra-me, pelo menos, que sejam amarelos.

K

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