Ao
longe os barcos do amor.
Ao
longe, por dois largos pares de dias,
num
lugar remoto,
o
meu ponto de encontro,
o
meu espaço de fuga.
É
irónico que, na mesma data em que te ausentas,
eu
parta também, em direção oposta,
como
se o nosso espaço de convívio quotidiano
não
fizesse sentido
quando
não o habitamos juntos.
Coincidência?
Destino? Acaso?
Talvez
isso seja sinal
de
que, doravante, partir só ganha sentido
quando
possamos partir ambos.
Juntos
pelo acaso?
Juntos
pelo destino?
Juntos,
contemplando extensos campos de morangos,
para
sempre,
ou,
algumas vezes, de malmequeres
de
diferente coloração,
ora
amarelos, ora brancos,
ora
verdes, como deviam ser todos.
Deveriam
ser todos, sublinho,
ou,
pelo menos, os que são carregados
pelos
barcos de flores
que,
de quando em quando, da costa
enlaçados,
perscrutamos no mar, ao longe.
José Cadima
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