quarta-feira, novembro 02, 2011

´Atão` não é que …

«Uma coisa bem curiosa que encontrei no livro foi a reclamação da criação de um “alargado consenso político-social” para a resolução da(s) crise(s) que a economia portuguesa vive. Este conceito deverá ser um eufemismo para identificar a “urgência” do retorno aos governos do “bloco central”, que, não sendo forma de governo há largos anos em Portugal, persiste enquanto tal na divisão de tudo quanto é “tacho” em empresa pública, grupo bancário, empresa do sector de obras públicas ou lugar de cúpula de associação empresarial. Distraído que andava, só então percebi que esse vinha sendo tema quotidiano da comunicação social nacional (ignoro desde há quanto tempo), tratando de preparar os portugueses para o pior, se é que as coisas podem piorar, ainda. Aqui chegado, o sangue deixou de me alimentar o cérebro, fiz-me branco como a cal, e apeteceu-me fugir para o lugar mais remoto possível. Desgraçadamente, o sangue que deixou de alimentar-me o cérebro faltou-me também nas pernas e é essa a razão porque ainda ando por aqui. Levei para mais de uma semana até conseguir verter para o caderno este breve apontamento de memórias. “Atão” não é que …»

J. C.

(reprodução parcial de crónica originalmente produzida em 2009/05/15 e publicada na integra neste jornal de parede por essa mesma altura, com o título "Temos ministro!")

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