Desço suavemente, fazendo festas ao mundo,
não vá ele enfurecer-se.
Pressinto-o zangado,
deixando-me descrente de que tenhamos futuro.
Puxo das forças e da coragem que me restam
e olho-o nos olhos.
Tento dizer-lhe que ele está no centro das minhas preocupações.
Procuro dar-lhe expressão do meu empenho
na construção de um projecto económico
menos delapidador de recursos,
mais respeitador dos equilíbrios naturais.
Falo-lhe com carinho.
Vejo-o rosnar, primeiro, sacudir-se, depois,
e aquietar-se, de seguida.
Questiono-me se acreditou no que lhe disse.
Acreditando ou não,
deixou-me seguir caminho.
José Pedro Cadima
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