domingo, novembro 28, 2010

Dizer-te – III

Ó mar salgado,
deixa-me enrolar-me nas tuas ondas.
Ó mar salgado,
deixa-me dizer-te quanto me é penosa
a travessia deste deserto
feito de angústia e lágrimas.
Ó mar salgado,
afasta de mim a tempestade
em que me constitui
para que haja lugar para a brisa suave
que anseio ser.
Ó mar salgado,
deixa-me reencontrar a tranquilidade
e o lugar do sono
para que surja também a oportunidade do sonho.
Ó mar salgado,
quem me dera experimentar de novo a embriaguês
dos nossos corpos em rodupio,
pairando sobre campos pejados de malmequeres
ou de lírios dos campos.
Ó mar salgado,
Quem me dera virar oceano outra vez.

K

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